Rússia exclui segunda vaga de reservistas para combater no país vizinho
A Rússia excluiu este sábado a possibilidade de uma segunda vaga de mobilização de reservistas para combater na Ucrânia, a poucos meses do terceiro ano de combates no país vizinho.
© Maksym Kishka/Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
"Os nossos cidadãos assinam ativamente contratos com o Ministério da Defesa", disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, à agência noticiosa oficial RIA Novosti.
Peskov afirmou que os voluntários frequentam cursos em que são "formados conscienciosamente", pelo que "não há necessidade de falar de mobilização agora".
"Há muitas centenas que assinam contratos todos os dias", acrescentou, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O Kremlin tem-se abstido de declarar uma nova mobilização parcial depois de a primeira, em setembro de 2022, ter provocado um descontentamento popular generalizado e o êxodo de centenas de milhares de pessoas em idade militar.
A Ucrânia e os seus aliados denunciaram o envio de milhares de tropas da Coreia do Norte para a Rússia para combater ao lado das tropas de Moscovo.
Segundo Kiev, milhares de soldados norte-coreanos foram já transferidos para a região russa de Kursk, junto à fronteira, parte da qual tem estado sob controlo das tropas ucranianas.
Os combates na Ucrânia atingiram os 1.000 dias esta semana, com as forças russas a avançarem em força no Donbass (leste), embora Moscovo ainda não tenha conseguido expulsar as tropas ucranianas de Kursk.
A Ucrânia espera abrandar a atual ofensiva russa com a autorização ocidental para a utilização de mísseis de longo alcance norte-americanos e britânicos contra alvos em território russo, que utilizou já contra Bryansk e Kursk.
A Rússia respondeu na quinta-feira com o lançamento do novo míssil balístico hipersónico Oreshnik contra uma fábrica de armas em Dnipro, no sudeste da Ucrânia.
Horas depois do disparo, o Presidente russo, Vladimir Putin, falou à nação para responsabilizar o Ocidente pela escalada do conflito.
Putin afirmou que a guerra na Ucrânia assumiu agora um "caráter global" e ameaçou atacar qualquer país cujos mísseis de longo alcance fossem usados contra território da Rússia.
"Acreditamos que temos o direito de usar as nossas armas contra as instalações militares dos países que permitem usar as suas armas contra as nossas instalações", afirmou na quinta-feira à noite.
Putin ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
Desde então, declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter anexado a Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas.
Kiev exige a retirada das tropas russas de todo o território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, como pré-condição para eventuais negociações para terminar os combates.
O balanço de baixas civis e militares da guerra russa contra a Ucrânia está por contabilizar, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que serão muito elevadas.
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