Kyiv pede mais apoio do Ocidente e acusa Putin de chantagem
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje ao Ocidente para que não ceda ao que chamou chantagem do Presidente russo, que admitiu atacar a capital ucraniana com mísseis hipersónicos.
© Leon Neal/Getty Images
Mundo Ucrânia
"Qualquer chantagem da Rússia deve ser recebida com uma resposta firme", afirmou o Presidente ucraniano na sua mais recente mensagem ao país, na qual apelou à Europa e aos Estados Unidos para que trabalhem com a Ucrânia para alcançar uma "verdadeira paz" que não implique a satisfação das condições impostas por Putin para o fim da guerra.
O Presidente ucraniano falou hoje com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que reafirmou o compromisso da Alemanha em continuar a prestar ajuda militar à Ucrânia.
"O ditador russo não está interessado em acabar com a guerra e recorre a todos os contactos internacionais para divulgar ameaças e ultimatos", lê-se num comunicado da administração de Zelensky sobre a conversa entre os dois líderes.
"Só uma Ucrânia numa posição forte pode forçá-lo [Putin] a abandonar as suas intenções", acrescenta-se no comunicado da Presidência ucraniana.
Numa mensagem publicada nas redes sociais sobre a sua conversa telefónica com Scholz, Zelensky defendeu a necessidade de combinar a diplomacia com a "força das armas" para alcançar uma paz justa.
O Presidente ucraniano já tinha criticado a aproximação de Scholz a Putin, considerando que "abre uma caixa de Pandora" para contactos semelhantes que enfraqueceriam o isolamento da Rússia.
O dia de hoje foi também marcado por ataques aéreos de ambos os lados contra a retaguarda inimiga.
Várias regiões da Ucrânia voltaram a estar sob a ameaça dos 'drones' russos, com o exército russo a utilizar um total de 132 'drones' neste novo ataque aéreo não tripulado em massa, 88 dos quais foram abatidos pelas defesas ucranianas.
A Ucrânia também atacou o território russo nas primeiras horas da manhã com veículos aéreos não tripulados.
No campo de batalha, a Rússia continua a avançar em torno da cidade de Kurakhov e noutras áreas da linha da frente de Donetsk, no leste da Ucrânia, informou a plataforma analítica de guerra ucraniana DeepState.
Estes avanços colocam as tropas ucranianas que defendem a zona de Kurakhov em risco de serem cercadas caso as forças russas continuem a avançar pelos flancos.
A Rússia está a conseguir estes ganhos na frente oriental a um preço elevado no que diz respeito a baixas e perdas materiais.
De acordo com o relatório de hoje do Estado-Maior de Kiev, mais de 2.000 homens foram mortos ou ficaram feridos ao longo da linha de contacto no último dia, um número recorde desde o início da guerra.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
De acordo com as estimativas oficiais ucranianas, a Rússia já perdeu cerca de 740.000 soldados desde o início do conflito.
Apesar das pesadas baixas, a Rússia continua a lançar dezenas de ataques diários simultâneos em várias frentes no leste da Ucrânia, com os ataques mais intensos a ocorrerem novamente em Kurakhovsk e Pokrovsk.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksander Sirsky, deslocou-se a estes dois palcos de operações para avaliar a situação, afirmando que as tropas estão a conter o inimigo, e ordenou o reforço das unidades destacadas com munições, armas e pessoal de reserva.
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