Polónia ampliará 'Escudo Oriental' até à fronteira com Ucrânia
A Polónia vai alargar o seu projeto de 'Escudo Oriental', destinado a garantir a segurança face à Rússia e Bielorrússia, até à fronteira com a Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, citado pela agência PAP.
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Mundo Donald Tusk
O anúncio foi feito durante uma visita de Tusk à região nordeste do país, perto da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado, onde já foi lançado a primeira parte do projeto 'Escudo Oriental'.
Em meados de outubro, Tusk anunciara o lançamento do projeto destinado a garantir a segurança das fronteiras com a Rússia e Bielorrússia, que prevê o reforço da segurança fronteiriça com "várias infraestruturas, como ouriços de betão e valas antitanque", aproveitando igualmente "elementos do ambiente natural", acrescenta a agência de notícia polaca PAP.
Inicialmente previsto para os mais de 800 quilómetros de fronteira partilhada com a Rússia e a Bielorrússia, o chefe do executivo polaco anunciou que pretende alargar o projeto aos cerca de 430 quilómetros de fronteira com a Ucrânia, passando o país a blindar totalmente o seu flanco oriental.
"As nossas atividades também dizem respeito à segurança da fronteira com a Ucrânia, por outras razões, mas queremos que os polacos se sintam mais seguros ao longo de toda a fronteira oriental", afirmou Donald Tusk, a partir de Dabrowka, no extremo nordeste do país.
"Quanto mais bem guardada estiver a fronteira polaca, menos acessível será para aqueles que têm más intenções. Tudo o que estamos a fazer aqui, e que faremos também na fronteira com a Bielorrússia e Ucrânia, tem como objetivo dissuadir e desencorajar um potencial agressor, pelo que se trata de um investimento na paz", frisou.
Reconhecendo que o projeto vai custar "milhares de milhões de zlotys" aos cofres públicos, o governante mostrou-se convicto de que "toda a Europa está a assistir com grande satisfação e vai apoiar estes investimentos", numa alusão, particular, à cooperação dos países bálticos.
O "Escudo Oriental" é um investimento de segurança de vários milhões de dólares destinado à construção de fortificações e barreiras fronteiriças, aquisição de drones e equipamento de defesa, incluindo um reforço do pessoal militar nas fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, alargando-se agora à Ucrânia.
A Polónia tem denunciado repetidamente a Bielorrússia desde 2021 por utilizar a crise dos refugiados na fronteira, pressionando este país no que respeita às retaliação às sanções da UE contra o governo de Alexander Lukashenko após a controversa reeleição deste nas eleições de 2020.
Coincidindo com a invasão russa da Ucrânia, a situação agravou-se, com a Polónia a insistir nas queixas contra a Bielorrússia por tentar desestabilizar os parceiros de Kyiv.
Para a União Europeia, o projeto do governo polaco não pode contradizer o respeito pelas normas internacionais, incluindo as leis de asilo da UE.
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