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Britânico chega ao Nepal no dia de protestos e torna-se viral: "Loucura"

Harry, um britânico de 28 anos, chegou ao Nepal no primeiro dia dos protestos que levaram à queda do governo nepalês. Documentou os tumultos nas redes sociais e, sem querer, tornou-se numa imagem da revolução.

Britânico chega ao Nepal no dia de protestos e torna-se viral: "Loucura"

© Reprodução/X

Márcia Guímaro Rodrigues
14/09/2025 23:49 ‧ há 6 dias por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Nepal

Harry, um turista britânico que está a percorrer o mundo de mota, entrou no Nepal na passada segunda-feira, 8 de setembro, no mesmo dia em que começaram os chamados "protestos da Geração Z". Quando chegou, não fazia ideia do que estava a acontecer e os seus vídeos tornaram-se virais nas redes sociais.

 

Segundo o jornal britânico Metro, Harry - que tem documentado a sua viagem no canal de Youtube 'We Hate The Cold' - atravessou a fronteira entre a Índia e o Nepal na noite de segunda-feira e seguiu diretamente para capital, Katmandu. 

Já na capital, Harry, de 28 anos, percebeu que o seu telemóvel estava sem dados móveis e decidiu estacionar para tentar encontrar um hotel. Foi nessa altura que percebeu que alguma coisa não estava bem.

"Alguém aproximou-se de mim e disse que eu precisava de ir para um hotel porque havia recolher obrigatório e que 20 pessoas tinham sido baleadas", contou ao Metro.

"Foi um momento incrédulo. A pessoa que se aproximou de mim ajudou-me a encontrar um hotel e, enquanto conduzia, tive de passar por uma pequena multidão que atirava pedras à polícia de choque", acrescentou. Em resposta, "a polícia deu um tiro para o ar". 

Ainda assim, "no meio da quantidade absurda de agressão e violência, havia um incrível sentido de humanidade".

"As pessoas estavam a proteger-me – a dizer-me onde não ir, a oferecer-me água, até mesmo a dar-me passagem segura pela multidão…", contou.

"Viram a minha câmara e queriam que os meios de comunicação internacionais vissem o que estava a acontecer no Nepal, porque sentiam que estavam a ser deturpados", frisou. 

Os protestos contra os partidos políticos do Nepal duram há semanas com os manifestantes a responsabilizarem os partidos políticos pelos "elevados níveis de corrupção no país". 

Estes protestos agravaram-se após o governo nepalês ter imposto, a 4 de setembro, uma proibição de 26 plataformas de redes sociais — incluindo Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube, X.

No entanto, os nepaleses explicaram a Harry que "o protesto não é sobre as redes sociais" e que "esta foi apenas a gota de água". 

"A situação desdobrou-se numa loucura absoluta que nunca tinha visto antes... como o Dia do Juízo Final", recordou o britânico. "Gás lacrimogéneo estava a ser detonado, tiros no ar, bolas de fogo a cruzar o céu. Houve momentos em que pensei: 'Uau, posso mesmo morrer aqui'".

"Foi para o Nepal fazer turismo e terminou como jornalista de guerra"

Harry já se tornou um fenómeno nas redes sociais, sobretudo no Tik Tok, onde se multiplicam os vídeos - e as piadas - sobre a sua experiência.

"Este tipo foi para o Nepal fazer turismo e terminou como jornalista de guerra no meio da revolução", lê-se num comentário.

"A esta altura, concordo que o tipo devia ser ministro dos Negócios Estrangeiros", "nascido para ser um blogger, forçado a ser um repórter", "finalmente ele percebeu porque é que os seus antepassados não conseguiram capturar o Nepal", acrescentam outros utilizadores.

Pode ver alguns dos 'memes' abaixo:

@zyzyedlay From tourist to documentarist real quick! 🤣 #fyppppppppppppppppppppppp #wehatethecold #Nepal #protest #corruption original sound - Zy, RMT

@roshim_11 @wehatethecold Bro came as a Tourist and left as a Journalist #nepal #GenZ #tourism #kathmandu #run #protest #comedy #fyp #wehatethecold Bhaag D.K. Bose, Aandhi Aayi - Ram Sampath

@ceciarmy Qué locura / vía @wehatethecold sonido original - Ceciarmy

Afinal, o que aconteceu no Nepal?

O Nepal viveu esta semana uma onda de protestos anticorrupção liderados por jovens, que foram avivados pelo veto imposto pelo anterior executivo nepalês a várias redes sociais no país.

As manifestações precipitaram a demissão do ex-primeiro-ministro Sharma Oli, próximo da China, e a chegada ao poder na sexta-feira passada, como primeira-ministra interina, da ex-presidente do Supremo Tribunal Sushila Karki, de 73 anos, que se tornou a primeira mulher chefe de governo no Nepal.

Durante os protestos, pelo menos 72 pessoas morreram, cerca de mil ficaram feridas e o parlamento do Nepal, residências de autoridades e sedes de partidos políticos foram incendiados.

Membros da "Geração Z", um movimento sem líderes claros e que se organizou principalmente através da plataforma Discord, poderiam agora entrar no gabinete de Karki, cujos integrantes devem ser conhecidos nas próximas horas.

Leia Também: Nova primeira-ministra do Nepal promete seguir reivindicações dos manifestantes

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