"Na noite passada, graças à coragem de alguns trabalhadores portuários, fomos informados da chegada prevista para hoje de dois contentores (classificados como explosivos) ao porto de Ravena", disse o presidente da câmara municipal de Ravena, Alessandro Barattoni, em comunicado.
Alessandro Barattoni e a presidente da comuna de Russi, em Ravena, Valentina Palli, enviaram uma carta à empresa que gere o principal terminal portuário de Ravena, a Sapir, a pedir que a empresa avaliasse "todas as ações legais possíveis para impedir que armas destinadas a países em conflito armado" transitem pelos terminais geridos pela Autoridade do Sistema Portuário em Itália.
Após os ataques, no sul de Israel, do grupo palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 (que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns), Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, na Palestina, que provocou mais de 65 mil mortos.
O presidente da região da Emília-Romanha (onde está localizada a província de Ravena), Michele de Pascale, também participou na carta enviada à Sapir, sendo que o apelo visa também as armas enviadas para regiões onde "tenham sido registadas violações de direitos internacionais por organizações internacionais.
A carta foi enviada após a verificação e confirmação da notícia dos dois contentores com explosivos.
Os autarcas destacaram na carta que Emília-Romanha e Ravena estão do "lado das vítimas inocentes e reféns".
Os líderes dizem ainda que estão contra os "governos criminosos" e "organizações terroristas", indicando que há sempre um lado a escolher.
Para os autarcas, qualquer ação, incluindo a inação, é um ato político.
Após a carta, o presidente da Sapir, Riccardo Sabadini, anunciou que o terminal não estava disponível para transportar os contentores com explosivos.
A autarquia celebrou a saída dos dois contentores, em camiões, do porto.
No início de junho, os trabalhadores do porto de França, Marselha-Fos recusaram também carregar vários contentores com componentes militares destinados a Haifa.
Os funcionários franceses declararam que não queriam participar "no genocídio em curso orquestrado pelo governo israelita" e se tornarem "cúmplices de massacres".
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