Human Rights Watch denuncia lentidão da justiça no caso de Maguindanao
A Human Rights Watch denunciou hoje a lentidão da justiça filipina no caso do massacre de Maguindanao, em 2009, após o principal acusado, Andal Ampatuan Senior, ter morrido de cancro na sexta-feira, antes de ser julgado.
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Mundo Massacre
"A morte de Andal Ampatuan priva para sempre as famílias das vítimas da justiça plena", afirma o investigador da Human Rights Watch (HRW) nas Filipinas, Carlos Conde, em comunicado.
O massacre de Maguindanao ocorreu a 23 de novembro de 2009, quando um grupo de homens armados, alegadamente contratado pelo clã Ampatuan, abriu fogo contra a comitiva eleitoral de um político rival, Ismail Mangudadatu, causando a morte de 58 pessoas, incluindo 32 jornalistas.
Mais de cinco anos depois do massacre, o caso encontra-se num limbo legal, paralisado devido à quantidade de recursos apresentados pelos advogados da família Ampatuan e número de réus e testemunhas que nele participam, aponta a HRW.
"A morte de Andal Ampatuan Senior deveria enviar uma mensagem clara ao governo das Filipinas de que para fazer justiça é necessário um processo judicial justo que não tolera atrasos desnecessários", afirma Conde.
Ao longo do processo, quatro testemunhas que iam ser ouvidas em julgamento foram assassinadas e outras foram ameaçadas.
Outros sete familiares próximos de Andal Ampatuan Senior, incluindo três filhos, estão acusados de participar no massacre.
O clã Ampatuan, aliado político do governo central dirigido em 2009 pela Presidente Gloria Arroyo, governava um vasto território do sul da ilha de Mindanao através de cargos oficiais concedidos pelo governo e com ajuda da sua milícia armada.
Com o massacre pretendia, alegadamente, eliminar um rival político, Ismail Mangudadatu, antes das eleições gerais de 2010.
O governo de Benigno Aquino assegura que está a fazer todo o possível para que o processo judicial não sofra interrupções e refere que conseguiu reduzir a 60 as milícias privadas que no final de 2010 ascendiam a 112.
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