Proposta de Merkel para que Europa assuma a sua defesa é "esquizofrénica"
O antigo ministro da Defesa Loureiro dos Santos considerou esta quinta-feira “esquizofrénica” a proposta da chanceler alemã de a Europa assumir a sua defesa, num momento em que a crise mostra que a solidariedade entre europeus é um “mito”.
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Mundo Loureiro dos Santos
Apesar de considerar que uma união militar da Europa teria a vantagem de reduzir custos a cada país, o general Loureiro dos Santos acredita que o objectivo está longe de ser realizado.
“Eventualmente poder-se-iam fazer economias de escala em certo equipamento”, juntando capacidades e partilhando a sua utilização, referiu à Lusa. No entanto, o também antigo chefe do Estado-Maior do Exército não acredita que isso tenha hipóteses nesta altura.
“As tensões que se estão a criar no seio da União Europeia, basicamente por causa da forma como a resolução da crise está a ser feita, está a afectar os povos europeus e até a mostrar aos governos que aquela solidariedade mítica da União Europeia é, de facto, um mito”, afirmou.
Para Loureiro dos Santos, cada estado defende os seus interesses nacionais e “isso é hoje muito visível no comportamento da Alemanha, da França, da Grécia, da Itália, de todos os países europeus”.
“Pelo menos, enquanto essa situação se mantiver e os perigos que rondam a Europa, no sentido até de haver alterações na sua configuração geométrica”, a união militar não deverá acontecer, sublinhou.
Por isso, Loureiro dos Santos considerou “esquizofrénica” a posição da chanceler alemã, Angela Merkel, que, na quarta-feira, defendeu que a Europa deve assumir a responsabilidade pela sua segurança e reforçar a cooperação na defesa.
Merkel falava no âmbito de uma reunião entre os líderes da Alemanha e França com os quatro países que constituem o chamado Grupo de Visegrado - Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria – para preparar o Conselho Europeu sobre Defesa, que se vai realizar em Dezembro.
Os responsáveis dos países presentes consideraram que a crise económica é uma oportunidade para relançar a "Europa da Defesa" e defenderam a necessidade de reforçar a cooperação entre a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
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