Zika leva Papa Francisco a admitir uso de contracetivos
Mulheres ameaçadas pela epidemia do vírus Zika podem optar por preservativos ou usar a pílula contracetiva. É o Papa Francisco quem o diz.
© Reuters
Mundo Dilema
A bordo do avião que o levou do México para o Vaticano, o Papa Francisco defendeu perante os jornalistas presentes que o uso de métodos contracetivos pode ser um “mal menor” para combater a disseminação do vírus Zika.
Porém, o Sumo Pontifice foi perentório na sua posição: o aborto não pode ser usado para evitar o nascimento de crianças com microcefalia. "O aborto não é um problema ideológico, é um problema humano, um problema médico; é matar uma pessoa para salvar outra, no melhor dos casos (...). É um mal em si mesmo", defendeu.
O Papa recorreu ao seu antecessor Paulo VI para explicar o que considera ser o "mal menor" de se evitar engravidar. "Paulo VI permitiu às freiras o uso de contracetivos em casos de violência", declarou Francisco aos jornalistas presentes. Uma medida decidia perante uma "situação difícil", salientou.
O vírus Zika tem afetado vários países sul-americanos, nomeadamente o Brasil, onde se verificou um aumento exponencial no número de crianças nascidas com microcefalia. Alguns países têm sugerido às mulheres que evitem engravidar para contrariar a propagação do Zika. A posição do Papa poderá deste modo ter impacto em países onde a maioria da população é cristã.
"Evitar a gravidez não é um mal absoluto. Em certos casos, o vírus Zika ou aquele que mencionei, de Paulo VI, isso é claro", ressalvou ainda o Papa.
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