Tribunal de Marrocos condena 25 manifestantes a 18 meses de prisão
Um julgamento de vários participantes nas manifestações no norte de Marrocos concluiu hoje, em Al-Hoceima, com a condenação de 25 pessoas a 18 meses de prisão, informou a sua defesa.
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Mundo Rabat
Em julgamento estavam 32 jovens, com idades entre 18 e 25 anos, que estiveram hoje no tribunal de Al-Hoceima, disse a advogada Mohamed Ziane à AFP.
"O veredicto saiu hoje ao fim da tarde, com 25 deles a serem condenados a 18 meses de prisão efetiva", anunciou Ziane.
Os outros sete foram condenados a multas e penas suspensas, acrescentou.
Todos tinham sido detidos há mais de duas semanas, durante os confrontos com a polícia na cidade, depois de esta ter procurado interpelar o líder da contestação, Nasser Zefzafi, o que só acabou por conseguir em 29 de maio.
Eram acusados de "perturbação da ordem pública, rebelião e participação em reunião não autorizada e armada", incorrendo em dois anos de prisão, ainda segundo a sua advogada.
"Este veredicto é uma recusa evidente de qualquer diálogo com os contestatários", deplorou Ziane. "Esta triste decisão favorece ainda mais a contestação e não é de todo a melhor via para sair da situação", estimou.
A província de Al-Hoceïma está a ser palco desde outubro de um movimento de contestação popular, que se diz animado pela luta contra a "marginalização" desta região do Rif marroquino.
A polícia já fez mais de cem detenções, entre os quais os principais líderes do movimento, desde 26 de maio, das quais 86 já foram a tribunal e 30 condenados a prisão.
Entretanto, na terça-feira, a polícia disse que desde que começaram os protestos, em 28 de outubro, 298 agentes foram feridos e 276 veículos policiais sofreram estragos vários.
Ao contrário, os contestatários asseguram que a polícia derruba portas de habitações, parte montras e destrói veículos particulares, além de acusações de torturas dirigidas à Polícia Judicial.
As manifestações espalharam-se pela região do Rif, designadamente na província de Alhucemas, depois da morte, em outubro, do vendedor de peixe Mohcin Fikri no interior de um camião do lixo, depois de a polícia ter apreendido a sua mercadoria.
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