Tribunal espanhol decide investigar PP por destruição de provas
O Partido Popular (PP), no poder em Espanha, vai ter de responder em tribunal por suspeitas do crime informático de apagar os discos duros de computadores de um antigo tesoureiro envolvido num alegado crime de corrupção.
© Reuters
Mundo Suspeitas
Um juiz de instrução decidiu na quinta-feira levar o PP a tribunal "por danos informáticos", segundo o texto do auto que está a ser citado pela comunicação social espanhola.
Será a primeira vez que um partido político espanhol é julgado como pessoa jurídica.
O PP liderado nos últimos 13 anos por Mariano Rajoy, que atualmente também é o primeiro-ministro espanhol, é suspeito de destruir em 2013, antes de a polícia ter tido acesso ao local, os discos duros dos computadores de Luis Barcenas, um ex-tesoureiro envolvido num caso de financiamento ilegal a este partido.
O primeiro-ministro espanhol foi ouvido em julho último, como testemunha, no tribunal que está a investigar o processo que envolve uma vasta rede de corrupção que envolve vários responsáveis do PP.
O "cérebro" do "caso Gurtel", como é conhecido, é o empresário Francisco Correa, que já explicou em tribunal um esquema em que entregava "envelopes" com dinheiro a funcionários públicos e responsáveis políticos eleitos pelo PP, para ajudarem certas empresas "amigas" a ganharem contratos de direito público.
Outra figura central no processo é o ex-tesoureiro do PP Luis Barcenas, que admitiu em janeiro passado que o partido teria "recursos que não apareciam na sua contabilidade oficial", alimentados por doações feitas por homens de negócios.
O caso Gurtel está a ser julgado na Audiência Nacional, um tribunal com responsabilidades particulares, ocupando-se dos delitos de maior gravidade, como os casos de terrorismo, crime organizado, narcotráfico e delitos económicos, entre outros.
Este e outros escândalos de corrupção que envolvem membros do PP contribuíram para que o partido perdesse em dezembro de 2015 a maioria absoluta que tinha no parlamento espanhol.
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