Mercosul pede à Venezuela respeito pelos direitos humanos
Os chefes de Estado dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) pediram hoje durante uma cimeira do bloco realizada em Brasília que a Venezuela respeite os direitos humanos e liberte os prisioneiros políticos.
© Reuters
Mundo Mauricio Macri
O apelo foi feito pelo Presidente argentino, Mauricio Macri, que afirmou que o Mercosul clama à Venezuela "mais uma vez pelo respeito pelos direitos humanos, a libertação de prisioneiros políticos e a rápida adoção de um calendário eleitoral garantindo um processo aberto e transparente".
Os governos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai têm criticado publicamente à Venezuela, país que enfrenta uma intensa crise económica e política desde que Nicolás Maduro venceu as últimas eleições presidenciais.
Em agosto passado o Mercosul suspendeu a participação da Venezuela como membro efetivo do bloco com o argumento de que o Governo de Nicolás Maduro violou a cláusula democrática e as regras sobre os direitos humanos.
Embora os principais líderes sul-americanos tenham adotado um posicionamento mais duro em relação à Venezuela, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu a reintegração deste país no Mercosul no discurso que fez durante o encontro.
"Apelamos ao regresso da Venezuela a estas importantes cimeiras. Não entendemos como um Estado membro está ausente", afirmou Evo Morales.
A Bolívia, país que tem o estatuto de membro associado do Mercosul e que negoceia a integração como membro permanente, argumentou que a região não pode ignorar que há um ataque da imprensa e de alguns países contra a Venezuela.
"Não podemos deixar isso continuar, temos que ser solidários com a Venezuela", disse Evo Morales, referindo-se à posição crítica de alguns países em relação ao que consideram ser -uma deterioração da democracia.
Outro tema recorrente nos discursos dos chefes de Estado presentes nesta cimeira do Mercosul foi o desejo do bloco em estabelecer e aumentar parcerias e trocas comerciais.
O Presidente Horácio Cartes, que assumiu hoje a presidência rotativa do bloco em nome do Paraguai, afirmou que trabalhará por um Mercosul "sem barreiras tarifárias" e aberto ao livre comércio em oposição à "tendência restritiva" e ao "ressurgimento" do protecionismo.
"O Paraguai é favorável à integração do continente e à expansão dos mercados ", acrescentou.
O chefe de Estado paraguaio também disse que espera que as negociações de um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE) terminem o mais cedo possível para que o bloco possa trabalhar acordos de livre comércio com outras regiões.
O Presidente do Brasil, Michel Temer avaliou que as negociações avançaram muito e há uma possibilidade real de que o acordo entre UE e Mercosul - negociado há quase vinte anos sem sucesso - saia do papel.
"Pela primeira vez há uma perspetiva realista de conclusão do acordo", avaliou.
Já o Presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, foi mais explícito ao falar sobre o tema, afirmando que será "uma enorme frustração" se as negociações entre as duas partes falharem.
O governante uruguaio acrescentou que o Mercosul já apresentou as suas propostas e que agora a palavra final está com a UE.
"As negociações [do Mercosul] com a UE avançaram e apresentamos uma oferta que abarca 92% de nosso universo exportador, assim, agora quem tem a palavra é a UE", concluiu.
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