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"Vai ser difícil um entendimento futuro entre a política e economia"

O sociólogo António Barreto considerou hoje que “vai ser difícil” o entendimento entre o mundo da política, do negócio e da economia, aliança que durou vários anos e que foi quebrada por causa da crise financeira.

"Vai ser difícil um entendimento futuro entre a política e economia"
Notícias ao Minuto

17:59 - 28/08/13 por Lusa

País António Barreto

“Já não é possível fazer negócios como há dez anos, autoestradas como há dez anos, já não é possível fazer ‘swaps’ como há dez ou há cinco anos, já não é possível fazer PPP [Parcerias Público-Privadas] como há 10 anos ou há 15, ou há 8 anos ou há seis anos”, disse.

“Estes fenómenos, - que parecem fenómenos de banditismo, corrupção, promiscuidade, chamem-lhe o que quiserem, retirem agora a parte moral disto - estas coisas colaram as partes, colaram o negócio, a banca, as empresas as multinacionais, as autarquias, o governo central, os partidos principais, isto conseguiu sobreviver, simplesmente agora já não é possível, já não há dinheiro”, afirmou.

António Barreto falava hoje à tarde, durante a Universidade de Verão do PSD, que está a decorrer desde segunda-feira, em Castelo de Vide (Portalegre).

O sociólogo, que fez um balanço “positivo” sobre o desenvolvimento de Portugal nas últimas década, sublinhou ainda que “o alegre viver” que durou “20 anos” entre o negócio e a política “está em causa”.

No decorrer da sua intervenção, António Barreto considerou ainda que o sistema judicial português é “pouco eficaz, pouco justo, pouco pronto”, sublinhando que o mesmo está “refém dos principais atores, principais intervenientes na justiça”.

Para o sociólogo, que recordou os progressos alcançados por Portugal ao longo dos últimos anos em diversas áreas, a Justiça é um dos maiores problemas do país e deu exemplos para ilustrar as suas afirmações.

“Ainda agora uma parte da responsabilidade do que se passa com estes sistemas eleitorais, as candidaturas e elegibilidades, está evidente uma parte de responsabilidade política, pura e simples, mas também da responsabilidade judicial”, declarou.

Na Universidade de Verão do PSD, António Barreto deu uma aula sobre “Um retrato de Portugal”.

A iniciativa, que conta este ano com 100 alunos, decorre até domingo, sendo encerrada pelo líder social-democrata e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

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