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Incêndios: Dispositivo distrital em Setúbal reajustado até ao limite

O comandante distrital de Proteção Civil de Setúbal, Elísio Oliveira, afirmou hoje que o dispositivo de prevenção e combate a incêndios florestais foi reajustado para melhorar a capacidade de resposta, mas alertou para o perigo de comportamentos de risco.

Incêndios: Dispositivo distrital em Setúbal reajustado até ao limite
Notícias ao Minuto

15:55 - 30/05/18 por Lusa

País Comandante

"Há um reajuste do dispositivo. Na fase mais crítica, fomos ao limite da capacidade de resposta dos corpos de bombeiros, com a efetivação de um reforço nas fases de nível 3, quer no período de junho, quer no período de outubro", disse Elísio Oliveira, que falava à agência Lusa após a apresentação pública do Plano de Operações Distrital - Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), no Convento dos Capuchos, em Almada.

Elísio Oliveira revelou que o distrito vai ter um helicóptero, sediado em Grândola, uma equipa do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e um total de 73 equipas de bombeiros com capacidade de intervenção em ataque inicial a incêndios florestais.

O comandante distrital de bombeiros destacou ainda o trabalho de prevenção já realizado pelos serviços municipais de Proteção Civil, dando como exemplo a cooperação entre as corporações de bombeiros de Almada, que têm viaturas preposicionadas na Mata dos Medos, de forma a permitir uma resposta imediata a qualquer foco de incêndio naquela que é considerada uma das maiores zonas de risco de incêndios florestais em todo o concelho.

Por outro lado, Elísio Oliveira, que falou perante mais de uma centena de pessoas, incluindo responsáveis distritais do GNR, PSP, Capitania de Lisboa e comandantes das corporações de bombeiros do distrito, destacou o trabalho já realizado por alguns municípios, como Grândola, no âmbito do Programa Aldeia Segura, que visa promover o envolvimento das populações na definição de estratégias locais de proteção de pessoas e bens em caso de incêndio.

Uma das maiores preocupações do comandante é o sul do distrito, onde existem menos meios de socorro e a demora até à primeira intervenção dos bombeiros num incêndio florestal pode demorar 30 a 40 minutos.

Outra preocupação são os comportamentos de risco, que se mantêm ano após ano, seja porque algumas pessoas acendem fogareiros em zonas de risco ou porque ignoram as zonas de proteção delimitadas pelas autoridades, por vezes colocando em risco a própria segurança apenas para tirarem fotografias.

O estacionamento desordenado nos acessos às praias, designadamente nos concelhos de Almada e Setúbal, é outra preocupação do responsável dos bombeiros, que advertiu para os perigos que podem advir destas situações e que podem colocar em causa a passagem de veículos prioritários em caso de incêndio florestal ou qualquer outra situação de emergência.

"No ano passado, uma pessoa que teve uma doença súbita na praia da Figueirinha, na Arrábida, teve de ser transportada por via marítima porque a ambulância não conseguiu chegar à praia devido aos veículos mal estacionados na berma da estrada", disse.

Questionado pela agência Lusa, Elísio Oliveira sublinhou a importância das medidas adotadas pela Câmara Municipal de Setúbal de proibição da circulação de viaturas particulares na estrada de acesso às praias da Arrábida, de forma a acabar com os congestionamentos de tráfego que colocavam em causa a segurança das pessoas e bens.

Em Almada, a presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros, anfitriã da apresentação pública do DECIR, também está preocupada com os problemas nos acessos às praias do concelho, mas afirma que a autarquia já implementou algumas medidas nesse sentido.

"Nós já temos algumas alterações de sentido do trânsito e limitações de acesso nas épocas de maior risco. Há uma tentativa de racionalizar os fluxos de trânsito. Mas, para sermos eficazes, temos de encontrar alternativas e teremos de ter uma intervenção mais forte ao nível do ordenamento do território para sermos eficazes", disse.

"Há uma questão que está pendente há muitos anos, que tem a ver com a reabilitação da estrada florestal, um eixo primordial para o acesso às praias, mas ainda há questões relativas à titularidade da estrada florestal, que é para passar para o município", acrescentou.

Segundo Inês de Medeiros, já há uma verba que era da Costa Polis (gestora do programa Polis da Costa da Caparica) que está condicionada, para a reabilitação da estrada, mas o município ainda não pode proceder à reabilitação daquela via de circulação que faz parte de uma concessão da Baixo Tejo.

"Temos feito grande pressão junto do Governo para se poder fazer rapidamente a reabilitação daquela estrada", disse a autarca eleita pelo PS, que promete continuar a trabalhar para melhorar a circulação automóvel e os acessos às praias do concelho.

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