Liga sublinha urgência de medidas para limitar aquecimento global
A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) sublinhou hoje a urgência de medidas para evitar o aquecimento global e lamentou a dificuldade que os Estados têm em adotar essas medidas.
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País Proteção
"Não devemos olhar para o limiar de dois graus celsius, mas sim os 1,5 graus como limite a não transpor", disse à Lusa Miguel Geraldes, da direção da LPN, num comentário ao relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), hoje apresentado.
O relatório de especialistas da ONU foi hoje divulgado após uma reunião na Coreia do Sul, com os signatários do documento a advertirem para a necessidade de transformações rápidas e sem precedentes nos sistemas de energia, transportes, construção e indústria, para limitar o aquecimento global a 1,5º celsius.
"Se continuar a crescer ao ritmo atual, sob o efeito da emissão de gases com efeito de estufa, o aquecimento global deverá ultrapassar esta barreira entre 2030 e 2052", alertou o relatório do IPCC, que explora alternativas para limitar o aquecimento a 1,5ºC em vez de 2ºC, meta estabelecida no Acordo de Paris sobre combate às alterações climáticas.
Miguel Geraldes, especialista em climatologia, salientou à Lusa que as conclusões do documento são claras, mas "tem sido difícil" aos Estados a adoção de medidas.
"Tem sido difícil passar para a economia real. Hoje fala-se muito na transição energética, na economia circular, mas a prática não tem acompanhado", disse o responsável.
São precisas, acrescentou, "decisões legislativas mais arrojadas, benefícios fiscais e outras medidas para a transição energética, e também a consciencialização das pessoas".
Nas palavras do dirigente da LPN, a mudança tem de ser global e envolver países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo que estes terão de ser ajudados pelos países mais ricos.
"Os relatórios do IPCC são cada vez mais fortes", frisou Miguel Geraldes, acrescentando que o fundamental no processo é levar as pessoas a aderirem (a um estilo de vida mais limpo em termos ambientais), sem lhes impor regras.
No relatório hoje divulgado, os especialistas alertam que os efeitos para o planeta serão muito menos catastróficos se a barreira dos 1,5º não for ultrapassada.
E dizem que limitar o aquecimento a 1,5ºC pode impedir, por exemplo, a extinção de espécies e a destruição total do coral, fundamental para os ecossistemas marinhos. Pode ainda reduzir a subida do mar em 10 centímetros até 2100 e salvar áreas costeiras.
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