Minutos depois de o avião com os 12 alemães feridos na tragédia da Madeira a bordo ter descolado da pista do Aeroporto Internacional da Madeira, em direção à Alemanha, o Secretário Regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, explicou em declarações aos jornalistas como todo o processo de transferência dos pacientes decorreu.

"Esta operação foi montada com muita seriedade, com muita responsabilidade, pela Proteção Civil e pelo Hospital do Funchal, conjuntamente com os nossos colegas do staff clínico que estão na Madeira há cerca de 48 horas e foi uma operação que envolveu o hospital, a proteção civil, várias coorporações de bombeiros", sublinhou. 

O responsável referiu ainda que "os colegas alemães e toda a força aérea alemã, que estava já no aeroporto, queriam que esta operação não demorasse muito tempo".

"Acho que cumprimos todos os objetivos porque cada doente saiu com um intervalo de 20 minutos do hospital e, de facto, não perdemos muito tempo porque o primeiro doente saiu por volta das 8h40 e chegou aqui às 9h05. O último chegou aqui próximo das 11h30 e como tal foi uma operação feita com alguma rapidez, com a ajuda também da PSP que tinha 3 batedores a acompanhar", esclareceu. O responsável explicou  ainda que os 12 doentes transferidos eram os que estavam em condições de viajar.

E foram, acentuou, "não porque tivesse más condições de tratamento aqui mas por uma questão de humanização, de regressarem à sua terra natal, à sua pátria, com a sua língua e terem um acompanhamento mais próximo com a sua família". 

O secretário regional de Saúde da Madeira deu conta de que neste caso "todos os doentes foram acompanhados por uma enfermeira" e que dois doentes, que inspiravam mais cuidados acompanhados,  "por dois médicos e duas enfermeiras dos Cuidados Intensivos".

"Ainda ficámos com uma doente nos Cuidados Intensivos, é uma politraumatizada, teve um traumatismo cervical e também teve um traumatismo abdominal e foi submetida a uma intervenção cirúrgica e está em plena evolução", esclareceu.

Também o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) informou, em comunicado, que o processo de transferência das vítimas decorreu "como o previsto

Pedro Ramos revelou ainda que o avião vai aterrar na cidade de Colónia e que depois os feridos "vão todos para uma enfermaria do Hospital de Colónia que é um hospital de trauma e depois consoante a evolução serão distribuídos pelas suas localidades e pelas zonas onde vivem".

Sobre o estado de saúde dos dois portugueses internados, adiantou que o "estado de saúde do motorista e da guia é estável", explicando, no entanto, que é prematuro falar sobre as suas altas hospitalares, apesar de poder ser o motorista a sair primeiro do hospital "porque as lesões são de menor gravidade".

Questionado sobre as autópsias dos corpos das 29 vítimas mortais, o secretário regional recordou que "as autópsias estão concluídas" e mostrou-se satisfeito por isso ter ocorrido em 48 horas, pois "é importante que os familiares possam iniciar o seu luto".

"Penso que dentro de 24 a 48 horas toda a identificação pré-morten daqueles que infelizmente pereceram neste trágico acidente estará finalizada e portanto em condições de fazer o repatriamento", admitiu, acrescentando que "o processo de transladação estará a cargo do Governo português, tal como foi manifestado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros quando esteve na região e aceite pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, mas ainda não há data para isso".

"É um assunto com a mesma responsabilidade com que tratamos os nossos feridos", disse ainda.

Recorde-se que um acidente com um autocarro de turismo, na passada quarta-feira,  no Caniço, na ilha da Madeira, provocou 29 mortos e 27 feridos, a maioria de nacionalidade alemã.