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Marcelo Rebelo de Sousa elogia "prestígio europeu" de António Costa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou hoje o "prestígio europeu" do primeiro-ministro, António Costa, apontando-o como um exemplo de portugueses "considerados muito bons" fora do país, mas que internamente não são tão valorizados.

Marcelo Rebelo de Sousa elogia "prestígio europeu" de António Costa
Notícias ao Minuto

17:35 - 12/12/19 por Lusa

País Marcelo Rebelo de Sousa

O chefe de Estado fez esta análise a propósito do programa "Desportistas no Palácio de Belém", em Lisboa, que hoje contou com a participação do motociclista Miguel Oliveira, depois de falar das semelhanças entre desporto e política e das figuras que se destacam no plano internacional e que são referência para os mais jovens.

"Com a política, eu chego lá fora - e os portugueses não acreditam - e lá fora acham que políticos que cá dentro nós achamos às vezes que não são tão bons quanto isso, lá fora são considerados muito bons", declarou o Presidente da República aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por apontar os casos do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que "era considerado o máximo na Europa" quando era primeiro-ministro de Portugal, dos antigos presidentes da República Jorge Sampaio e Mário Soares, mas também "em certos aspetos" do antigo primeiro-ministro Durão Barroso, e do atual ministro das Finanças, Mário Centeno.

"Pessoas de vários quadrantes que cá dentro nós dizemos: está bem, são bons, enfim. O primeiro-ministro António Costa, estou à vontade para o dizer, de facto, tem um prestígio europeu que as pessoas cá dentro, uma parte do país diz: mas como é que é possível ter? Mas é verdade", acrescentou.

O Presidente da República questionou "por que é que os políticos portugueses têm tantos lugares internacionais" e deu a resposta: "É porque, de facto, os portugueses quando atingem um determinado nível cá dentro, e muitas vezes não são considerados, depois lá fora são considerados".

"Os políticos, cientistas, desportistas, artistas, escritores. As pessoas perdem a cabeça no sentido de admirar, mais do que nós, muitas vezes, admiramos. E quando eu digo isso cá dentro, dizem: lá está o Presidente, tem a mania de puxar por nós, puxar pelo ego. Mas não é", sustentou.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, quando liderava o PSD, "ficava estupefacto quando chegava lá fora" com a reputação de António Guterres junto não só dos socialistas europeus, mas também democratas-cristãos e liberais.

"De facto, nós às vezes minimizamo-nos. E foi bom ouvir aqui atletas que são dos melhores do mundo explicar por que é que são dos melhores do mundo a estas crianças", concluiu.

Antes, sobre as semelhanças entre a vida dos desportistas e dos políticos, o Presidente da República realçou "o grau de preparação que é preciso ter para se chegar ao topo na política".

"Pode-se chegar por acaso, pode-se chegar por circunstâncias várias, mas há muitos passos feitos antes, muitas vezes não visíveis, que são importantes. Depois a capacidade de antecipação. Eu às vezes tenho tido essa discussão com outras pessoas que estão na vida política, porque sou muito meticuloso, embora dando a sensação de muito improviso", prosseguiu.

Assim como o piloto Miguel Oliveira "antecipa curva por curva" o trajeto da sua próxima prova, "estuda bem, para tentar reduzir o que é imprevisível e imponderável", Marcelo Rebelo de Sousa descreveu-se como alguém "meticuloso a olhar como é que o mundo vai ser, como é que a Europa vai ser, o que é que vai haver em Portugal".

"Há muitas coisas de preparação, de trabalho de bastidores que é preciso fazer e quem olha de fora não tem a noção", observou.

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