"Não me vou demitir", assegura presidente da Câmara de Borba
António José Lopes Anselmo, presidente da Câmara de Borba, que foi constituído arguido e é um dos oito acusados pelo Ministério Público no âmbito da derrocada que vitimou cinco pessoas, assegurou esta quinta-feira que não se vai demitir.
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País Borba
Depois de ter sido acusado pelo Ministério Público no âmbito do processo relativo à derrocada na pedreira de Borba, que tirou a vida a cinco pessoas, António José Lopes Anselmo, presidente da Câmara de Borba, recusa demitir-se: "Não me vou demitir", assegurou em declarações aos jornalistas na manhã desta quinta-feira.
O autarca escusou-se, porém, a adiantar mais informações, justificando que o processo "está em segredo de justiça".
O Ministério Público, recorde-se, fez saber esta quarta-feira que deduziu acusação contra oito arguidos, um deles uma pessoa coletiva, no caso da derrocada da estrada 255 em Borba (Évora), por "vários crimes de homicídio e de violação de regras de segurança".
Os crimes "foram imputados a decisores políticos locais, a responsáveis de serviços da administração direta do Estado", ao "responsável técnico" e à "sociedade proprietária de pedreira".
Perante as circunstâncias, o autarca de Borba defendeu que "uma coisa é ser acusado, outra é preparar a defesa", assegurando ainda que "quem está em cargos políticos faz sempre a melhor coisa para servir a população" e que "consciência tranquila" sempre teve.
Na tarde de 19 de novembro de 2018, um troço de cerca de 100 metros da EM 255, entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, colapsou, devido ao deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra para o interior de duas pedreiras.
O desastre causou a morte de dois operários da empresa de mármore, na pedreira ativa - devido a um aluimento que provocou "o deslocamento da retroescavadora" que operavam - e de três homens que seguiam em duas viaturas na estrada que ruiu e que caíram para o plano de água da pedreira desativada.
A operação de resgate das vítimas começou de imediato e só acabou no dia 1 de dezembro.
Na altura, o MP instaurou um inquérito, que terminou agora, para apurar as circunstâncias da derrocada. Num balanço após um ano do incidente, o MP revelou que foram ouvidas 21 testemunhas e constituídos nove arguidos, um deles uma pessoa coletiva.
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