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Juiz Rui Rangel terá recebido mais de um milhão de euros por favores

PJ e Ministério Público acreditam que o valor de mais de um milhão de euros é o resultado de pagamentos para o magistrado exercer influências nos tribunais.

Juiz Rui Rangel terá recebido mais de um milhão de euros por favores
Notícias ao Minuto

09:23 - 14/09/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País Operação Lex

A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) acreditam que o juiz desembargador Rui Rangel, o principal arguido da Operação Lex, recebeu mais de um milhão de euros, entre 2005 e 2017, como pagamento para favorecer arguidos e alterar decisões em tribunal, revela a TVI24.

Para esconder o dinheiro, o magistrado terá utilizado como testa de ferro o advogado e amigo José Santos Martins.

Ainda segundo o canal de Queluz, o dinheiro passou pela esfera do jurista e terá sido entregue depois a Rui Rangel, a Fátima Galante (ex-mulher, juíza e também arguida no processo), a Rita Figueira, namorada do magistrado, ao pai desta e ainda a uma outra namorada do juiz, Bruna Amaral.

O processo da Operação Lex, que tem como principal arguido o juiz Rui Rangel, da Relação de Lisboa, e a sua ex-mulher e também desembargadora, Fátima Galante, foi conhecido a 30 de janeiro de 2018, quando foram detidas cinco pessoas e realizadas mais de 30 buscas e teve origem numa certidão extraída do caso Operação Rota do Atlântico, que envolveu o empresário de futebol José Veiga, suspeito de crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.

A certidão extraída veio a dar origem ao processo Operação Lex, investigado pela magistrada do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, Maria José Morgado, uma vez que envolve um juiz desembargador e, por isso, só pode ocorrer num tribunal superior.

O desembargador Rui Rangel é suspeito receber avultadas quantias através de favorecimentos e de várias ligações a empresários e figuras do desporto, como o Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira, que resultaram na indiciação por corrupção/recebimento indevido de vantagens, de branqueamento de capitais e fraude fiscal.

Entre os vários arguidos constituídos até agora contam-se, além de Rui Rangel, a sua ex-mulher, a desembargadora Fátima Galante, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o funcionário judicial da Relação Octávio Correia, o advogado Santos Martins e o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.

Rui Rangel é suspeito de crimes de tráfico de influência por alegadamente ter prometido influenciar resultado de processos a troco de contrapartidas financeiras e alegadamente o presidente do Benfica ter-lhe-á prometido um futuro cargo na universidade do clube.

A Operação Lex foi desencadeada há mais de dois anos, mas não foi ainda conhecida a acusação.

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