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"Estamos melhor [mas] as pessoas estão a viver pior do que há cinco anos"

O sociólogo António Barreto confessa, este domingo, em entrevista à rádio TSF e Diário de Notícias que está “obcecado com um acordo entre PS e PSD”, assegurando que “se fosse chefe do PS” tinha sido ele a propô-lo. Quanto à situação do país, admite que “estamos ligeiramente melhor” mas “ainda não estamos bem”, exemplo disso é o facto de “as pessoas viverem pior do que há quatro ou cinco anos”.

"Estamos melhor [mas] as pessoas estão a viver pior do que há cinco anos"
Notícias ao Minuto

08:57 - 09/03/14 por Ana Lemos

País António Barreto

“Estamos ligeiramente melhor do que há três anos, no estrito sentido que parece termos evitado a bancarrota e o pior, de que iríamos pagar cem anos. Nisso estamos ligeiramente melhor”. A afirmação pertence ao sociólogo e presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, António Barreto, convidado deste domingo do programa ‘Gente que Conta’, da rádio TSF e DN, mas, e porque há sempre um mas, “não estamos melhor ainda porque não andamos bem”.

Os portugueses “não estão a viver melhor, ainda estão a viver pior do que há quatro ou cinco anos, quando só havia dívida”. António Barreto recorre a uma analogia para explicar a sua visão sobre o momento que o país atravessa: “Fui operado há pouco tempo e estou a fazer fisioterapia. O joelho já tem músculo e já ando e já não se vê que estou manco, mas ainda sinto que está cá qualquer coisa. Portanto, preciso ainda de mais um bocadinho para poder dizer ‘estou mesmo melhor’”.

Questionado sobre qual o melhor rumo para o pós-troika, se uma saída limpa, se um programa cautelar, o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos lamenta que “até essa discussão” se tenha “transformado numa guerra de capoeira, numa guerra política, porque se um diz que quer a saída limpa, o outro diz ‘não, não, eu quero à irlandesa’, ‘não, não, eu quero à italiana’, ou à grega, ‘não, não, eu quero um programa cautelar’”.

E “agora, dentro dos programas cautelares, já há três hipóteses, o cautelar forte, o cautelar fraco e o cautelar assim-assim”, ironiza António Barreto, que apesar de considerar que não sabe o “suficiente de Finanças internacionais para poder responder”, entende que “sair bruscamente só para ser machista, para ser marialva, para dizer ‘é limpo, é uma saída limpa’” não é a melhor opção.

“Parece-me que um ou dois anos com a parede escorada ainda, com um bocadinho de apoio, já não é de canadianas, para voltar ao outro exemplo [da operação ao joelho], mas com uma ajuda, acho que é melhor. É um recado dado ao exterior”, defende.

Neste sentido, “uma das maneiras de o fazer era assinar um acordo, mais uma vez – estou obcecado com isso - , entre PS e PSD que se chamasse ‘Acordo de Colaboração e Cooperação Pós-Troika’ para dois ou três anos. Com esse acordo”, afirma, “metade do assunto cautelar está resolvido”.

Sobre as próximas eleições, as europeias, António Barreto espera “mais abstenção, mais desinteresse”, quanto ao seu impacto na vida política nacional considera que “primeiros vão ter resultados negativos, abstenção, desinteresse (…), e depois, vão talvez forçar a ideia de que há uma espécie de empate, de travão mutuo, em que o PS não consegue vingar, o Governo, mesmo na coligação, também não, o que é um anúncio de que as eleições legislativas a seguir poderão confirmar: uma espécie de empate”, o que “não sei se é uma boa solução”.

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