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Vice-almirante e detenção de Rendeiro. "Que têm em comum as situações?"

Para Adalberto Campos Fernandes, "não é difícil perceber o que mobiliza os portugueses."

Vice-almirante e detenção de Rendeiro. "Que têm em comum as situações?"
Notícias ao Minuto

20:00 - 12/12/21 por Notícias ao Minuto

País Adalberto Campos Fernandes

"Não é difícil perceber o que mobiliza os portugueses." Esta é a opinião de Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde, vincada este domingo através de uma mensagem nas redes sociais.

Se "há poucos meses atrás foi o entusiasmo em torno do vice-almirante Gouveia e Melo", hoje "nota-se a satisfação coletiva pela ação da PJ na detenção de um ex-banqueiro fugido a justiça". "Afinal, o que têm em comum estas situações aparentemente tão díspares?", questiona. 

E responde: "Porque razão o cumprimento de uma tarefa que faz parte das atribuições das entidades e instituições envolvidas gera um tão grande reconhecimento? A resposta acaba por ser muito simples. Existe uma frustração acumulada na sociedade relativamente à eficácia global do Estado e da administração nos seus diferentes domínios." 

Neste seguimento, Adalberto Campos Fernandes sublinha que "sempre que a 'normalidade' acontece, emerge uma nova esperança, por vezes, até um pouco desproporcionada"

"Afinal, será assim tão difícil a sociedade ter do Estado aquilo a que que tem direito? Desde o funcionamento do sistema de justiça, da facilidade no seu acesso e na qualidade e eficácia da respetiva administração até ao simples usufruto, em tempo útil, de serviços de proximidade", lança ainda a questão. 

Para o ex-governante, "exemplo, rigor e eficácia parecem ser as 'palavras mágicas' que enquadram esta difícil relação entre o Estado e os cidadãos". E dá a 'receita':  "Para nos afastarmos da cauda da Europa e nos aproximarmos dos melhores não bastam sucessivas vagas de fundos europeus e de renovadas camadas de recursos financeiros. É preciso, mesmo, muito mais."

"Talvez pudesse ajudar um plano diferente do tipo PVP - Plano de Vontade Política", sugere. 

De recordar que, no sábado, em conferência de imprensa, o diretor nacional da PJ, Luís Neves, revelou que João Rendeiro foi detido às 07h00 locais (05h00 em Lisboa) na República da África do Sul, onde chegou no dia 18 de setembro, adiantando que o ex-banqueiro reagiu com surpresa à detenção "porque não estava à espera".

Leia Também: Detenção de Rendeiro? "A Justiça portuguesa não desistiu"

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