Associação portuguesa critica decisão de Espanha sobre Saara Ocidental
A Associação de Amizade Portugal - Saara Ocidental lamentou hoje a decisão do governo espanhol de apoiar a proposta de Marrocos sobre o controlo do Saara Ocidental.
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País Saara Ocidental
Numa carta datada do dia 25 e hoje divulgada, dirigida à embaixada de Espanha em Portugal, a Associação de Amizade Portugal - Saara Ocidental protesta contra o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que, no passado dia 18, reconheceu que a iniciativa de autonomia do Saara Ocidental, apresentada em 2007 por Marrocos, era a "mais séria, realista e credível para solucionar a disputa" daquele território.
A disputa do Saara Ocidental começou em 1975, quando Marrocos anexou o território, aproveitando um processo de descolonização iniciado por Espanha e a fragilidade de Madrid, na sequência da ditadura de Francisco Franco.
A Frente Polisário proclamou unilateralmente a República Árabe Saaraui Democrática nos campos de refugiados sarauís em Tinduf (Argélia) e declarou guerra a Marrocos, exigindo um referendo sobre a autodeterminação a que Rabat se opõe.
Espanha, que ainda é considerada a potência administrativa colonial do Saara ocidental, defendeu durante muito tempo que o controlo de Marrocos sobre o Saara ocidental era uma ocupação e que a realização de um referendo patrocinado pela ONU deveria ser a forma de decidir a descolonização do território.
No entanto, o Governo de Madrid alterou a posição e aceitou a proposta marroquina, de 2007, considerando que começa uma nova etapa entre os dois países.
A Associação de Amizade Portugal - Saara Ocidental lembra que esta posição do governo espanhol não foi discutida "com nenhuma instância política do país".
"As explicações sobre o fundo não convencem. Se as aceitamos, mostram um país fragilizado, só preocupado consigo mesmo, desdenhoso do Direito Internacional e cúmplice da violação continuada dos Direitos Humanos do povo saharaui. Inaceitável", escreveu a associação.
Para a direção desta associação, "só o povo saharaui poderá pronunciar-se, através de um referendo, sobre o seu futuro".
Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Naser Burita, pediu aos países europeus para seguirem o exemplo de Espanha e apoiarem o plano de autonomia de Marrocos como solução para o conflito no Saara Ocidental.
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