Lojas de 'souvenirs' do Porto regressam em força às vendas
As dezenas de lojas de 'souvenirs' do Porto estão a retomar o negócio após meses encerrados na pandemia, com lojistas a registar as melhores vendas de sempre.
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
País Negócio
Galinhos de Barcelos, peças em barro de forma fálica com versões cómicas transformados em padres ou tartarugas ninja, andorinhas em barro, azulejos pintados à mão, bases para copos e tachos de azulejos e alguma arte sacra como as santinhas, são algumas das lembranças tradicionais, ou reinventadas com 'design' moderno, que os turistas no Porto mais têm comparado depois de dois anos de pandemia para levar para os seus países de origem.
"Durante o confinamento foi complicado, mas a partir de agosto de 2021 as coisas melhoraram muito. Abril de 2022 foi o melhor abril de sempre. O maio também está nesse caminho e, por isso, as coisas começam a entrar nos eixos", conta Alexandre Queirós, que gere a loja Portuguese Cock, em Cedofeita, há 10 anos.
As justificações para o sucesso de vendas de 'souvenirs' na Portuguese Cock prendem-se com duas razões, segundo aquele lojista. A primeira, porque as pessoas parecem ter mais vontade de consumir depois de estarem fechadas no isolamento. A segunda justificação prende-se com o encerramento de algumas lojas de "recuerdos" na cidade do Porto, levando as lojas que sobreviveram a angariar os clientes e a fazer mais vendas.
Os turistas estrangeiros que mais têm comprado lembranças na Portuguese Cock são italianos e norte-aamericanos e que demontram um poder de comprar mais elevado do que antigamente, conta Alexandre Queirós, referindo que, quando colocou uma escultura de 300 euros à venda, vendeu-a quase de imediato.
"Já não é só aquele turista que anda apenas de Ryanair (companhia aérea de baixo custo), e que só pode levar coisinhas pequenas na mala. Neste momento tenho clientes que levam peças maiores e mais caras", contou.
Na loja Souvenir Tourist, na rua da Assunção, junto à Torre dos Clérigos, Babnesmwer Singm, o dono diz que os turistas estão a voltar ao Porto após o fecho por causa da pandemia da covid-19 e que está a registar aumento de vendas face ao período antes do confinamento.
"Portugal tomou a decisão de parar com as restrições e desde essa altura que os turistas começaram a regressar. Atualmente, estão a chegar em maior quantidade. Estamos satisfeitos por estar a fazer muitas vendas e a deixar os turistas felizes para que regressem no próximo ano", conta o lojista, considerando que o aumento de vendas e de turistas pode explicar-se com o facto de as pessoas terem ficado presas em casa durante um ano e meio e quererem recuperar esse tempo.
Na Souvenir Tourist, os produtos mais vendidos são os galos de Barcelos, também conhecido por 'portuguese cock', e as andorinhas em barro pintado.
Na loja Artesanato dos Clérigos, Conceição Aroso, dona há 45 anos daquele estabelecimento, localizado junto à Torre dos Clérigos, também considera que a crise turística provocada pela pandemia está "ultrapassada", mas vai dizendo que o negócio vai andando "devagar".
"Vai indo devagarinho. Já há muito mais turismo. Nota-se. Não há dúvida nenhuma. Muito movimento, mas compram pouco. Vai-se fazendo poucas vendas", observa.
Apesar de ser uma loja com peças de arte sacra com dezenas de santinhas, velas, e figuras para o presépio de Natal, os 'recuerdos' que mais se têm vendido aos turistas são os ímanes para colocar nos frigoríficos, galinhos de Barcelos, pratinhos e chávenas.
Os turistas que mais compram lembranças no Artesanato dos Clérigos são os espanhóis, franceses, ingleses, brasileiros e portugueses, observa Conceição Aroso.
Anya Rodríguez, da loja Portugalidade, localizada entre os Aliados e a Torre dos Clérigos, conta, por seu turno, que as obras do metro têm afetado as vendas. O trânsito está vedado aos carros e à população em geral entre a Estação de São Bento até à Torre dos Clérigos.
"Nos quatro meses que estou a trabalhar nesta loja [Portugalidades], acho que estamos a ser muito afetados por causa das obras do metro. Há turistas cá no Porto, certamente, mas as pessoas não estão a subir desde a Estação de São Bento até aos Clérigos e as vendas estão a ser muito afetadas. Na ordem dos 50% a menos", relata Anya.
Apesar das restrições de circulação com o acesso vedado aos transeuntes pela parte dos Aliados, Anya Rodríguez conta que os turistas que entram na loja são, principalmente, de nacionalidade francesa, inglesa e espanhola.
Os 'recuerdos' que mais compram são as andorinhas e os azulejos. Os azulejos em forma de base para copos ou panelas são outras das lembranças mais compradas.
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