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Foi "insensato" recusar a palavra aos capitães de Abril

O general Loureiro dos Santos considerou hoje que "foi insensato" por parte da Assembleia da República recusar dar a palavra à Associação 25 de Abril na sessão solene comemorativa dos 40 anos da revolução.

Foi "insensato" recusar a palavra aos capitães de Abril
Notícias ao Minuto

07:07 - 22/04/14 por Lusa

País Loureiro dos Santos

"Julgo que foi insensato. Insensato, a resposta da Assembleia. Por outro lado, também houve alguma precipitação em certos comportamentos da senhora presidente da Assembleia. Aquela afirmação `o problema é deles´ não caiu muito bem e foi por isso que ela tentou compensar esse lapso que teve quando fez essa afirmação", considerou Loureiro dos Santos.

Em declarações à Agência Lusa, o ex-ministro da Defesa, sócio da Associação 25 de Abril, defendeu que a polémica em torno da participação dos representantes dos capitães de Abril era "perfeitamente evitável".

"Quem falasse [em nome da Associação 25 de Abril] certamente não iria insultar ninguém. Seriam educados e seriam as mesmas palavras que vão agora dizer publicamente, possivelmente com tanto ou mais eco do que teriam na Assembleia da República", considerou o ex-Chefe do Estado-Maior do Exército.

Loureiro dos Santos defendeu que até seria "uma oportunidade para os representantes do povo se saírem bem e melhorarem a perceção que os portugueses têm deles".

O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, afirmou que só aceitaria estar presente na sessão solene comemorativa da revolução caso um representante dos capitães de Abril pudesse discursar.

Confrontada pelos jornalistas com esta posição, a presidente do parlamento, Assunção Esteves, respondeu que convidou a Associação para estar presente na sessão solene e que se os militares impõem a condição de falar "o problema é deles".

Dias depois, Assunção Esteves anunciou uma visita às instalações da Associação 25 de Abril, para um "encontro de afeto" com o coronel Vasco Lourenço.

No final da visita, na quarta-feira passada, Assunção Esteves afirmou que "o carinho e a gratidão sem limites" que o parlamento deve aos capitães de Abril nunca esteve em causa.

Depois do encontro, a presidente da Assembleia da República reuniu-se com os líderes parlamentares sobre este tema mas a reunião terminou sem consenso para que um representante dos capitães de Abril pudesse falar.

Perante esta posição, o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, irá fazer a intervenção que faria na Assembleia da República no largo do Carmo, em Lisboa, numa evocação a Salgueiro Maia em que desafia "toda a população" a participar.

Após esse tributo, será feita uma "romagem ao edifício onde funcionava a PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, para evocação da memória dos cidadãos ali assassinados no fim da tarde de 25 de Abril".

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