Portugal não precisa de uma revolução, "só de grito de alma"
Para Jorge Miranda, antigo deputado da Assembleia Constituinte, o 25 de Abril foi um dia de muitas alegrias e pelo qual muito ambicionou. Em entrevista ao Diário de Notícias, revela que nunca quis uma vida política e que Portugal não precisa de uma nova revolução.
© Global Imagens
País Jorge Miranda
“Portugal não precisa de uma nova revolução. Só de um grito de alma como protesto contra a atual situação económica, social e política”, defende Jorge Miranda, constitucionalista e professor catedrático.
Para o 'pai' da Constitução, a Revolução do 25 de Abril era um momento por o qual “tanto esperava, sobretudo desde a campanha eleitoral de Humberto Delgado” , pelo que foi com grande alegria que foi recebendo as notícias do que se passava naquele dia, refere ao Diário de Notícias.
A revolução trouxe consigo “um Estado mais democrático, com igualdade de homem e mulher, garantias de direito, uma justiça administrativa”, entre outros, mas também “os saneamentos arbitrários, as nacionalizações (agora privatizações), as tentativas de domínio da vida política pelo PCP, os atentados de jornais, a indisciplina das Forças Armadas e os assaltos às sedes de partidos e de sindicatos”.
Fica por isso, muito por mudar, nomeadamente, os “planos na execução da Constituição e na prática política”, que são “veículos fundamentais da democracia e têm vindo a cair nas mãos das juventudes partidárias (que deveriam ser extintas)”.
Apesar disso, acredita que faz sentido continuar a falar nos ideais de Abril - liberdade, democracia, justiça social, solidariedade e fraternidade – para os quais a coragem de Salgueiro Maia, a frontalidade de Vasco Lourenço, o empenho de Mário Soares e a honestidade de Ramalho Eanes foram essenciais.
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