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2022. Portugal teve 1.543 militares em missões internacionais até junho

Portugal participou com 1.543 militares em missões internacionais no primeiro semestre de 2022, verificando-se uma participação mais significativa na NATO, fruto do reforço no flanco leste europeu no contexto de guerra na Ucrânia.

2022. Portugal teve 1.543 militares em missões internacionais até junho
Notícias ao Minuto

20:27 - 10/01/23 por Lusa

País Militares

Estes números constam de um relatório sobre o envolvimento dos contingentes militares portugueses no estrangeiro relativo ao primeiro semestre de 2022, elaborado pela Direção-Geral de Política de Defesa Nacional, discutido esta tarde na Comissão de Defesa da Assembleia da República e ao qual a Lusa teve acesso.

No documento lê-se que "ao longo do primeiro semestre de 2022, Portugal participou com 1.543 elementos em missões internacionais, incluindo os efetivos da Autoridade Marítima-Polícia Marítima empenhados no quadro da UE-FRONTEX".

"A participação mais significativa do total nacional, e do ponto de vista dos efetivos empenhados, ocorreu na NATO (54%), fruto do reforço no flanco leste europeu, e a participação nas missões das iniciativas 'Tailored Forward Presence' e 'enhanced Vigilance Activity' na Roménia, e as 'Assurance Measures' na Lituânia", é destacado.

No que toca a "maiores contributos", o relatório realça a participação na missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA), no âmbito da ONU, e na missão de treino da União Europeia em Moçambique.

Na parte do relatório sobre a presença militar na "fronteira leste", é salientado que "a invasão da Ucrânia e a identificação da Rússia como uma ameaça permanente para os países geograficamente mais próximos vem influenciar a postura de dissuasão e defesa da NATO".

"O reforço já concretizado da presença dos Aliados nos países do flanco Leste - além dos países bálticos, nomeadamente Eslováquia, Hungria, na Roménia e na Bulgária - será seguramente prolongado no tempo, podendo mesmo vir a ser assumido o seu caráter permanente", é frisado.

Os deputados analisaram esta terça-feira um outro relatório da Direção-Geral de Política de Defesa Nacional relativo ao "envolvimento de militares portugueses no exterior no 3.º trimestre de 2022".

Neste texto é apenas adiantado que neste período "Portugal participou com uma média por mês de 718 elementos em missões internacionais".

Em termos do envolvimento de militares nas diversas organizações internacionais, 40% estiveram empenhados em missões da NATO, 29% da Organização das Nações Unidas (ONU), 23% em missões da União Europeia e FRONTEX e em missões de nível bilateral ou multilateral, 7%.

"No que diz respeito às áreas geográficas em que se verifica a participação de Portugal destaca-se a pegada no triângulo africano República Centro Africana (RCA) - Moçambique - Golfo de Áden (49%) e no Leste Europeu (40%)", é destacado.

O relatório adianta que no Mediterrâneo a presença portuguesa neste período temporal foi de 7%, na região do Golfo da Guiné/Costa Ocidental também 7% e no Atlântico menos de 1%.

No quadro da Cooperação no Domínio da Defesa, "o empenhamento foi de 76 elementos e a formação disponibilizada em Portugal envolveu 60 formandos".

No que toca ao contributo dos ramos, "o Exército continua a ter a participação mais significativa em termos do número total de elementos empenhados, registando uma média mensal de 490 militares (Roménia e RCA), seguidos da Marinha (Força de fuzileiros na Lituânia)".

Quanto à distribuição por género, é destacada a "continuidade da tendência crescente de participação de elementos do sexo feminino", sendo o Exército o ramo no qual esse contributo é maior "(média de 41 elementos por mês) face ao sexo masculino (média de 453 elementos por mês)".

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