Homem que matou a tiro a mulher em Felgueiras diz-se arrependido
O homem acusado de ter matado a tiro a mulher, em Felgueiras, após ter sido alegadamente traído, disse hoje, em tribunal, estar arrependido daquele ato.
© Global Imagens
País Felgueiras
O arguido residente em Lousada admitiu ter disparado, no dia 06 de junho de 2022, os dois tiros de caçadeira que tiraram a vida à mulher, de 46 anos.
Os factos ocorreram nas proximidades da fábrica de calçado, na localidade de Refontoura, em Felgueiras, onde trabalhava a vítima.
Na antevéspera do crime, um sábado, na residência do casal, em Vilar, Lousada, a vítima confessou ao marido que mantinha uma relação amorosa com outro homem, momento a que assistiu a filha de ambos.
Após uma discussão, com insultos recíprocos e alegadas ameaças de morte com uma faca de cozinha e uma espingarda, momentos aos quais assistiram familiares, entretanto chamados ao local, a mulher saiu de casa, indo para a habitação da mãe.
No domingo, segundo a acusação, o arguido mandou mensagens a familiares, indicando que iria matar a mulher.
Nesse dia, acompanhado da filha, encontrou-se em Felgueiras, num café, com o homem com quem a mulher mantinha a relação extraconjugal.
"Ele confirmou e disse que a minha mulher dizia ser divorciada", contou ao coletivo.
O crime aconteceu na manhã de segunda-feira, pouco antes das oito horas, quando a mulher chegava à fábrica para trabalhar, num automóvel conduzido por uma irmã, que hoje testemunhou, confirmando a tese da acusação.
Os disparos, disse, foram efetuados a cerca de um metro, atingindo a vítima na zona do peito.
Após o homicídio, o homem afastou-se do local, acabando por se entregar no posto da GNR de Lousada, encontrando-se atualmente em prisão preventiva.
O arguido confirmou o momento do homicídio e disse hoje que a sua atuação, naquele dia, teve a ver com o descontrolo emocional que decorreu da revelação da mulher de que o havia traído, admitindo ainda ser muito ciumento.
"Eu não fiquei bem após saber da traição", disse, chorando, pedindo desculpa à filha do casal e aos sogros, "que não mereciam".
A acusação sustenta que no sábado em que ambos discutiram o arguido apertou o pescoço da vítima, o que foi hoje negado pelo próprio, mas confirmado por um irmão, testemunha no processo.
Além do crime de homicídio qualificado, o arguido responde por um crime de detenção de arma proibida.
O julgamento prossegue na quarta-feira, no tribunal de Penafiel.
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