"É sempre preferível o reformismo à rutura de efeitos imprevisíveis"
O Presidente da República defendeu hoje que é "sempre preferível o reformismo à rutura de efeitos imprevisíveis", num discurso dirigido às misericórdias, em que apelou à mudança e ao rejuvenescimento.
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País Presidência
Marcelo Rebelo de Sousa discursava no auditório da Ordem dos Contabilistas Certificados, em Lisboa, no Congresso Nacional das Misericórdias, com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e o presidente do PSD, Luís Montenegro, entre os presentes, na primeira fila da assistência.
"É evidente que, se se quer acompanhar o ritmo dos desafios de hoje, tem de ser com renovações, com mudança. E aqui há uma escolha a fazer. E a escolha é: faz-se a mudança por rutura ou renovação", declarou o chefe de Estado.
Em seguida, o Presidente da República desaconselhou as ruturas: "Eu digo-vos que a experiência das ruturas tem um preço muito caro. A ditadura impediu a reforma, e por isso teve de haver uma revolução em Portugal".
Em contraste, apontou o caso de Espanha, considerando que teve um processo de democratização com menos custos: "Espanha não fez a revolução, fez a transição democrática, não teve os custos da revolução que tivemos em Portugal, nem económicos, nem sociais, nem políticos. Em Portugal teve de ser assim, perante a dificuldade e a negação da realidade no reformismo".
"Acho sempre preferível o reformismo à rutura de efeitos imprevisíveis", concluiu o chefe de Estado.
Dirigindo-se às misericórdias, Marcelo Rebelo de Sousa incentivou-as a adaptarem-se "à nova realidade" com "novas formas de gestão" e "associando crescentemente gerações diferentes, rejuvenescendo a nível de provedores".
"Muitas vezes eu ouço dizer esta coisa que me surpreende: tem 30 ou 40 anos, é muito jovem para desempenhar determinada função. Pois foram jovens de 20 e 30 que criaram a democracia portuguesa", argumentou.
Segundo o Presidente da República, "sempre que houve mudanças de fundo foi com jovens, com o papel dos experientes, mas com jovens".
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