"Doentes com pouca gravidade" entopem Urgências. Com gripe? Os conselhos
Maior parte dos doentes desloca-se de "forma autónoma" ao serviço de Urgência de adultos no Centro Hospitalar de São João.
© REUTERS/Violeta Santos Moura
País Gripe
A diretora do serviço de Urgência de adultos no Centro Hospitalar de São João (CHSJ) falou, esta quarta-feira, sobre o pico da gripe, nomeadamente a gripe A, que se está a registar em Portugal e que se está a traduzir numa maior afluência de doentes às urgências hospitalares.
Segundo Cristina Marujo, os doentes a procurar ajuda são "doentes com pouca gravidade", que se estão a deslocar à Urgência "de forma autónoma", e pede para que se procurem outros canais, nomeadamente a linha Saúde 24, antes de qualquer deslocação.
Estas declarações, na SIC Notícias, surgiram depois de a médica ser questionada sobre se a maior parte dos casos se tratam de doentes graves, que precisavam mesmo de ir ao hospital.
"Não. O que temos na prática é o panorama que temos habitualmente. Continuamos a receber doentes com pouca gravidade, doentes que estão queixosos, cujos sintomas incomodam, como é óbvio - os sintomas de uma gripe incomodam sempre, eventualmente um bocadinho mais intensos até nesta gripe, como têm falado que há muita gripe A e é verdade - mas não são situações graves", afirmou.
"A maior parte dos doentes o único que tratamento que precisa é aquele que nós podemos dar a qualquer outra gripe: descansar, hidratar-se, repousar, fazendo quanto muito medicações para a febre ou dor de cabeça e não mais do que isso", acrescentou.
A maior parte dos casos a procurar aquela Urgência dizem respeito a "infeções respiratórias", havendo também "algumas coisas digestivas, próprias da época".
Segundo a responsável, há pessoas encaminhadas pela linha Saúde 24, mas não são "de todo a maior fatia".
"A maior parte dos doentes vem de forma autónoma. Não liga nem Saúde 24, nem 112, não vai ao centro de saúde e vem de forma autónoma", explicou.
Cristina Marujo indica que "um sinal de gravidade" e que justifica a ida à urgência é, por exemplo, a falta de ar.
"Se o doente tiver falta de ar, é uma daquelas coisas que é um sinal de gravidade, depois até pode não querer traduzir nada de especial, porque nós podemos ter essa sensação só porque estamos com febre, mas aí o doente tem mais dificuldade em decidir", frisou.
"Agora, um doente que não tenha patologia nenhuma, que seja um jovem - e quando estamos a falar de jovens não são pessoas de 20 anos, 30,40, 50 -, que não têm patologia nenhuma, que não faz medicação, a quem dói a cabeça, que tem alguma febre, às vezes começaram a ter febre há umas horas, isso não justifica vir a um serviço de Urgência", ressalvou.
Cristina Morujo lembrou ainda que "é normal que uma gripe dê todos estes sintomas" e "que demore três ou quatro dias para melhorar", mas "não justifica ir ao serviço de Urgência".
"Muitas delas nem precisariam, sequer, de recursos médicos. Admitimos que, na dúvida, há vários sítios para onde ligar e há os cuidados de serviços primários onde recorrer", aconselhou.
Lembrando que "a gripe está a começar agora, portanto, vai aumentar provavelmente", a médica pede que, além das chamadas que podem ser feitas ou do recurso aos centros de saúde, que deve ser recordado o que se aprendeu na época de Covid-19. "Se nos protegermos ou se fizermos que os outros fiquem protegidos de nós quando temos clínica de infeção respiratória, certamente vamos ter menos situações destas", completou, numa referência às máscaras de proteção individual.
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