João Cravinho "compreende mal" quebras cirúrgicas do segredo de justiça
O ex-ministro socialista João Cravinho afirmou hoje compreender mal que investigações judiciais sejam "cirurgicamente divulgadas" e, questionado sobre a Operação Influencer, admitiu ser uma fonte de preocupação sobre o funcionamento da Procuradoria-Geral da República.
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País Operação Influencer
À chegada ao 24.º Congresso Nacional do PS, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), João Cravinho foi questionado pelos jornalistas sobre se a Operação Influencer é um incómodo, respondendo que é antes "uma fonte de preocupação".
"Não é um incómodo, é uma fonte de grande preocupação sobre o funcionamento da PGR, que é um órgão que tem de facto de ser profundamente respeitado por todos", declarou o ex-ministro socialista.
João Cravinho acrescentou que "compreende perfeitamente" que a PGR, perante o que lhe chega ao conhecimento, abra inquéritos e determine investigações, mas já "compreende mal" que essas investigações "cirurgicamente sejam divulgadas e quebradas no seu segredo de justiça".
O socialista, que foi ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território entre 1995 e 1999, disse que as investigações que decorrem no plano da justiça não o fazem desviar do facto de os portugueses serem chamados a decidir "que caminhos querem no futuro" nas legislativas de 10 de março.
"Há um problema de habitação que exige uma abordagem nova. Sou partidário da criação de um serviço nacional de habitação", defendeu, apontando ainda "problemas sérios" na organização do Estado central.
Uma notícia publicada sexta-feira pelo "Observador" refere que António Costa é suspeito de alegada prática de crime de prevaricação pela aprovação do novo Regime Jurídico de Urbanização e Edificação no Conselho de Ministros de 19 de outubro -- um diploma que terá beneficiado ao objetivo da empresa Start Campus no sentido de instalar um centro de dados em Sines.
A Operação Influencer levou no dia 07 de novembro às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus, entre outros. São ainda arguidos o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta e o advogado João Tiago Silveira.
O processo foi entretanto separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real) e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.
O primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão, com o Presidente da República a marcar eleições antecipadas para 10 de março.
O 29.º Congresso Nacional do PS termina no domingo.
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