Santos Silva lamenta morte de luso-israelita raptado em Gaza
Tal como o Governo português, o presidente da Assembleia da República também se manifestou sobre a morte de Yossi Sharabi.
© Reuters
País Santos Silva
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, lamentou, esta quarta-feira, a morte do cidadão luso-israelita Yossi Sharabi, que foi confirmada pelas autoridades de Israel, exigindo a libertação de "todos os reféns" detidos pelos Hamas na Faixa de Gaza.
"Lamento a morte do cidadão luso-israelita que se encontrava refém do Hamas em Gaza. Temos de continuar a exigir a libertação incondicional de todos os reféns", escreveu Augusto Santos Silva, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter).
Esta reação segue-se à do Governo português, que apelou a um cessar-fogo permanente entre os israelitas e o grupo islamita.
De notar que as autoridades israelitas confirmaram, na noite de terça-feira, a morte do refém do movimento islamita Hamas com nacionalidade portuguesa, de acordo com o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira.
Lamento a morte do cidadão luso-israelita que se encontrava refém do Hamas em Gaza. Temos de continuar a exigir a libertação incondicional de todos os reféns.
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) January 17, 2024
"O nosso coração está destroçado. Esta noite [terça-feira] foi anunciado oficialmente pelas autoridades israelitas que Yossi Sharabi foi assassinado enquanto estava em cativeiro", escreveu o diplomata na rede social X.
"Yossi, que também tinha nacionalidade portuguesa, foi raptado em Gaza no dia 07 de outubro, quando ainda estava vivo, e foi assassinado durante o cativeiro por terroristas do Hamas", acrescentou.
Dor Shapira salienta ainda que teve "o privilégio de conhecer o caráter de Yossi", de 53 anos, através da sua mulher, que visitou Portugal no mês passado, considerando-o "um homem cheio de bom coração".
O Hamas já havia declarado na segunda-feira a morte de Yossi Sharabi, que surgia num vídeo propagandístico divulgado no domingo pelo movimento islamita na rede Telegram, pedindo ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o fim da guerra na Faixa de Gaza.
A embaixada de Israel em Portugal indicou à Lusa que Sharabi tem nacionalidade portuguesa e que a sua mulher, Nari, esteve em Lisboa no mês passado a pedir ajuda ao Governo para exercer esforços no sentido da sua libertação.
Assinalando os cem dias de guerra, as famílias dos mais de cem reféns em posse do Hamas convocaram uma manifestação massiva no domingo em Telavive durante 24 horas para exigir que o Governo israelita faça todos os possíveis e negocie o que for necessário para trazê-los de volta, enquanto Netanyahu está empenhado na manutenção da pressão militar sobre o grupo islamita como única alternativa.
Após 07 de outubro, os combates só foram interrompidos durante uma semana - entre 24 e 30 de novembro - numa trégua mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que incluiu a libertação de 105 reféns detidos pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.
Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 24 mil pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.
O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.
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