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Novos mercados e valorização do calçado são prioridades da APICCAPS

O presidente reeleito da Associação Portuguesa do Calçado, Luís Onofre, que hoje tomou posse para um mandato de três anos, destacou a importância dos novos mercados e da valorização dos produtos nacionais num contexto de crescimento económico "muito modesto".

Novos mercados e valorização do calçado são prioridades da APICCAPS
Notícias ao Minuto

16:40 - 25/01/24 por Lusa

País Associação

"Numa altura em que as economias internacionais continuam com crescimentos económicos muito modestos, será determinante a nossa capacidade de chegarmos a novos mercados, enquanto procuramos reforçar a presença nos nossos mercados mais tradicionais. Só valorizando os nossos produtos e progredindo para segmentos de maior valor acrescentado poderemos reforçar a nossa relevância internacional", afirmou o dirigente associativo no seu discurso de tomada de posse.

Em 04 de janeiro, a lista liderada por Luís Onofre foi eleita para um novo mandato de três anos à frente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), cabendo a Joaquim Moreira liderar a Mesa da Assembleia Geral e a Domingos Ferreira assumir a presidência do Conselho Fiscal.

Apontando 2023 como "o ano mais difícil da história" para muitas das empresas do setor, Onofre confidenciou que ponderou não se recandidatar a um novo mandato: "Fui tentado a dar por cumprida esta minha missão. Só esta equipa de empresários de referência que me acompanha nos órgãos sociais me convenceu a permanecer na liderança da APICCAPS", confessou, adiantando que este será o último.

Instando o setor a "dar uma prova do seu valor e da sua resiliência", o dirigente associativo prometeu "uma atenção muito particular no apoio à internacionalização das empresas" portuguesas.

"Felizmente, as projeções económicas já nos indicam alguns sinais de melhoria para este ano. Este é o momento de o setor assumir uma postura proativa nos mercados mundiais", sustentou.

Luís Onofre destacou os "dois grandes projetos" que o setor tem em curso nos domínios da automação, digitalização e sustentabilidade, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e salientou que, até ao final da década, serão investidos 600 milhões de euros no futuro da indústria de calçado.

Recentemente, numa entrevista à 'newsletter' da APICCAPS, o também empresário destacou a escassez de encomendas como "maior preocupação", apontando os novos mercados -- tanto fora da Europa como no centro e leste europeu - as vendas 'online' e os novos produtos sustentáveis como oportunidades.

Num contexto em que "praticamente 90% da produção mundial é assegurada por países asiáticos" e o setor "ainda não recuperou verdadeiramente da pandemia", o dirigente associativo antecipa ainda "alguns meses difíceis pela frente".

"O impacto [da pandemia] foi muito pesado, desregulou completamente o nosso setor, criou instabilidade financeira nas empresas e nos clientes. Este é um clima comum a praticamente toda a fileira da moda", referiu.

E se, "numa primeira fase, as empresas ainda foram aguentando", o líder da APICCAPS lembra que "o retalho europeu, por exemplo, ficou completamente fustigado": "Só na Alemanha, o nosso principal mercado, nos últimos meses encerraram 1.500 sapatarias. É muito duro. É natural que os nossos empresários vivam num clima de grande ansiedade", disse.

Assumindo a estratégia comercial como "uma das maiores preocupações" que tem atualmente, Onofre diz que "as empresas parecem adormecidas, enquanto os concorrentes estão mais ativos do que nunca nos mercados internacionais": "Está na hora de um regresso em força à atividade de promoção externa, seja qual for a sua modalidade. Não podemos deixar que outros 'players' ocupem um espaço que tanto nos custou a conquistar. Insisto que temos de fazer um esforço para valorizar os nossos produtos e vender melhor", defendeu.

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