Ativistas pró-Palestina que grafitaram MNE já vandalizaram outros locais
O coletivo pela Libertação da Palestina pede "fim ao genocídio, ao apartheid e à ocupação".
© Coletivo pela Libertação da Palestina
País Palestina
Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel que o Coletivo pela Libertação da Palestina já levou a cabo várias ações (entre manifestações, vigílias e até pichagens) em Portugal.
No dia 8 de outubro de 2023, um dia depois do ataque do Hamas, foi marcada uma manifestação no Largo de Camões em Lisboa. Dias depois, uma assembleia popular em frente à Cadeia da Relação do Porto.
A 20 de outubro, nova marcha e assembleia popular no Porto e a 25 mais uma vigília. Muitos foram os eventos em que o Coletivo fez-se ouvir "para exigir o fim ao genocídio, ao apartheid e à ocupação".
Contudo, em 21 de novembro de 2023, o grupo, que se associa também com o Climáximo e a Greve Climática Estudantil de Lisboa, começou a usar pichagens como forma de protesto.
A primeira ação foi na fachada da empresa portuguesa Steconfer, que ficou coberta de tinta vermelha e fotografias "das atrocidades de Gaza em protesto contra a normalização das relações comerciais entre Portugal e o estado sionista que, ao longo de mais de 75 anos, leva a cabo uma limpeza étnica do povo palestiniano e que, há 45 dias, pratica um genocídio na Faixa de Gaza", pode ler-se no Instagram do grupo.
A 23 de novembro, pintaram a fachada do edifício que serve de escritório à The Navigator Company, em Lisboa, onde inscreveram também a palavra “Genocida” com tinta vermelha e colaram cartazes com a frase "Quem lucra com o apartheid é cúmplice de genocídio". Colaram ainda fotografias de Gaza.
Segundo acusam, a empresa produtora de pasta celulósica e de papel é a sexta maior exportadora de Portugal para Israel, "lucrando diretamente com o apartheid sionista e a limpeza étnica do povo palestiniano".
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Na mesma data, a Universidade Lusíada foi também alvo. "Esta universidade apoia o sionismo genocídio" e "Free Palestine", podia ler-se na fachada. A pichagem aconteceu depois de a universidade organizar uma aula aberta com o vice-chefe de missão da embaixada de Israel em Portugal, Yotam Kreima.
As ações de sensibilização continuaram e, a 13 de dezembro, foi a vez de uma loja da Zara ser pintada. "Ativistas pró-Palestina e solidárias com o Coletivo pela Libertação da Palestina pintaram a loja da Zara na Rua Santa Catarina, no Porto, com tinta vermelha e mensagens de repúdio face à nova campanha publicitaria da marca. Nessa ação de marketing, modelos pousam no meio de destruição urbana, segurando manequins embrulhados em lençóis brancos, uma cena demasiado próxima da realidade de Gaza neste momento", pode ler-se nas redes sociais.
Dias depois. a 22 de dezembro, hastearam a bandeira da Palestina e pintaram a fachada da Câmara Municipal de Lisboa. "Carlos Moedas e a Câmara Municipal de Lisboa apoiam o apartheid israelita", podia ler-se.
Desta feita, "denunciam o apoio incondicional de Carlos Moedas a um projeto colonial que, há mais de 75 anos, tem por base a limpeza étnica do povo palestiniano", pode também ler-se.
Já no início desta semana, os mesmo ativistas pintaram a fachada e partiram janelas no Ministério dos Negócios Estrangeiros denunciando o "apoio do governo português e, particularmente, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a um projeto colonial que, há mais de 75 anos, tem por base a limpeza étnica do povo palestiniano". "Israel Mata, Portugal Apoia", podia ler-se.
"Israel Mata, Portugal Apoia" © Climáximo
Na sua carta de princípios, o grupo assume-se como radical e diz querer "ir à raiz do que levou à criação e manutenção" da ocupação. "Trabalhamos para abolir e substituir os atuais sistemas de violência por outros modelos baseados na liberdade, igualdade, justiça e apoio mútuo", escrevem ainda.
Segundo o Expresso, que fez o levantamento das ações, os ativistas podem estar a incorrer no crime de dano qualificado, que pode dar origem a uma pena de prisão até cinco anos. O mesmo meio refere que o incidente no Ministério dos Negócios Estrangeiros está a ser investigado pela GNR, não fez detidos até ao momento.
O grupo junta-se todas as quartas-feiras, na Praça da República, em Lisboa, em vigília.
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