Bombeiros reforçam apoio a idosos face a riscos em aldeias em Alijó
O projeto "Vida segura com a natureza" quer reforçar a capacidade de resposta dos bombeiros de Sanfins de Douro, em Alijó, perante incêndios, deslizamentos de terras, secas, inundações ou acidentes e atender às necessidades da população envelhecida.
© Reuters
País Alijó
"O projeto tem como objetivo fortalecer a preparação e capacidade de resposta dos bombeiros voluntários de Sanfins do Douro perante desastres naturais e emergências locais, atendendo, ao mesmo tempo, às necessidade da população mais vulnerável " afirmou hoje à agência Lusa Hugo Vilela, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sanfins do Douro (AHBVSD).
O gestor do projeto realçou que estes voluntários atuam num território de baixa densidade e de população envelhecida e que o projeto abrange as cinco freguesias da área de intervenção da corporação no concelho de Alijó: Sanfins do Douro, Vilar de Maçada, Vila Verde, Pópulo e Ribalonga e Vila Chã.
Com o "Vida segura com a natureza", que será implementado ao longo de todo o ano de 2024, pretende-se criar uma "comunidade mais segura e resiliente" através de formação e treino dos operacionais e ainda de ações de sensibilização e 'workshops' para preparar a comunidade face a eventuais cenários de acidentes graves ou catástrofes.
O projeto visa a identificação de riscos e o desenvolvimento de estratégias de prevenção e mitigação atendendo às particularidades da área de intervenção, bem como um apoio especifico à população idosa.
Os riscos a enfrentar podem ser os naturais (sismos, cheias e inundações, deslizamento de terras, secas, ondas de calor ou vagas de frio), os riscos mistos (incêndios rurais, desflorestação e desertificação) e riscos tecnológicos (incêndios urbanos e industriais, colapso de estruturas -- pontes, barragens, viadutos ou casas --falha de energia elétrica e comunicações ou acidentes rodoviários).
Com as alterações climáticas, os especialistas apontam para uma cada vez maior probabilidade de ocorrência de desastres naturais.
"Pretendemos tentar perceber qual é a perceção da população face a este tipo de riscos e depois atuar em função dessa perceção. Estamos a falar de formação e de ações de sensibilização", concretizou Hugo Vilela.
Entre os problemas a que o projeto se propõe dar resposta destacam-se os "recursos financeiros e humanos limitados", que, segundo o responsável, "resultam em desafios significativos em termos de tempos de resposta, as questões ambientais e também a presença de uma população envelhecida, que geralmente enfrenta desafios adicionais em situações de desastres, devido à mobilidade reduzida e a uma maior vulnerabilidade".
O projeto identifica como público-alvo a população com mais de 65 anos, bem como a comunidade em geral e o corpo de bombeiros de Sanfins do Douro e elenca 1.235 beneficiários diretos e 3.400 indiretos.
A corporação de Sanfins do Douro, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, possui atualmente um corpo ativo de 40 operacionais.
Hugo Vilela apontou ainda a aquisição de equipamentos que visam melhorar a capacidade de resposta da corporação, exemplificando com drones, aparelhos GPS que permitam fazer as medições das coordenadas com precisão e cadeiras de resgate.
Pretende-se, adiantou, implementar uma "abordagem integrada", envolvendo a comunidade em geral, mas também autarquias (Câmara de Alijó e juntas de freguesia), a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e as instituições particulares de solidariedade social (IPSS).
À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) cabe a investigação aplicada do projeto.
O "Vida segura com a natureza" foi um dos cinco vencedores nacionais da edição de 2023 dos prémios ao Valor Social da Fundación Cepsa, entre as 94 candidaturas submetidas, tendo recebido 15.000 euros.
Esta iniciativa anual da Fundação Cepsa já apoiou cerca de 12 mil beneficiários com mais de 810 mil euros concedidos a entidades portuguesas.
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