Congresso polémico em Fátima? Diocese "apenas veiculou informação"
O organismo salientou que "não se infere, em momento algum, que haja divulgação e/ou promoção de práticas atentatórias contra a dignidade humana".
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País LGBTQ+
A Diocese de Leiria-Fátima demarcou-se da organização do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria, que contará não só com a presença de Maria José Vilaça, psicóloga que defende "a cura gay", como também com um autodenominado ex-homossexual. Salientou, por isso, que “apenas veiculou a informação”, ainda que tenha apontado que “não se infere, em momento algum, que haja divulgação e/ou promoção de práticas atentatórias contra a dignidade humana”.
“Considerando o debate existente na esfera pública a propósito da realização do evento em causa, entendemos necessário esclarecer que a Diocese de Leiria-Fátima não integra a organização do mesmo e apenas veiculou a informação, como o faz habitualmente com outros movimentos e associações”, começou por explicar a entidade, numa adenda entretanto publicada no anúncio original do evento.
A diocese indicou ainda que, “da informação descrita na notícia, não se infere, em momento algum, que haja divulgação e/ou promoção de práticas atentatórias contra a dignidade humana”, pelo que “se considera ser extrapolação todas as tentativas de associação de Leiria-Fátima a este tipo de ideias e eventuais atos discriminatórios”.
“Neste particular, como em qualquer sector da vida da Igreja, orienta-nos a doutrina da Igreja expressa no pensamento do Papa Francisco que, na linha da práxis cristã, sempre se posicionou do lado dos mais frágeis e marginalizados, combatendo todas as formas de discriminação”, complementou a nota.
O evento, que arrancou esta sexta-feira e prolonga-se até ao dia 14 de abril, tem como tema 'Homens e Mulheres de Verdade', pretendendo “levar os jovens a refletir sobre a beleza de ser homem e mulher, à luz da Teologia do Corpo de João Paulo II e dar-lhes respostas para as mentiras de uma ideologia de género que destrói a riqueza da identidade masculina e feminina”.
A polémica adensou-se com a menção à psicóloga Maria José Vilaça, que ficou conhecida pelas suas partilhas contra as pessoas LGBTQ+, que já originaram várias denúncias por parte da Ordem dos Psicólogos. Além disso, também será orador deste congresso Luca di Tolve, um autodenominado ex-homossexual, que casou com uma mulher e tem uma filha.
"Teremos um testemunho fabuloso de Luca Di Tolve, vencedor do programa 'Mister Gay' em Itália nos anos 90, que viu a sua vida mudar ao perder pouco a pouco os seus amigos mais próximos com SIDA e perder, também ele, o sentido de viver. É ao voltar-se para Nossa Senhora, num ato de desespero, que decide trabalhar as suas feridas interiores e encontrar verdadeiramente a sua Identidade. Hoje casado e com uma filha, dedica-se, com a sua esposa, ao acompanhamento de jovens ajudando-os a encontrar a sua verdadeira identidade", lia-se.
O congresso estava “aberto à comunidade em geral, principalmente a todos os jovens que procuram respostas sobre a sua identidade”, segundo a diocese.
Saliente-se que, em Portugal, a promoção e ações de terapias de conversão é crime passível com pena de multa e de prisão até três anos, desde 2023.
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