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Jovens saem à rua no sábado na Covilhã contra a xenofobia e o racismo

Trinta jovens dinamizam na tarde de sábado, no Jardim Público da Covilhã, uma iniciativa em que, através da poesia, pretendem denunciar a xenofobia e o racismo e promover a empatia e a inclusão.

Jovens saem à rua no sábado na Covilhã contra a xenofobia e o racismo
Notícias ao Minuto

09:24 - 24/05/24 por Lusa

País Covilhã

O grupo, de várias nacionalidades, entre os 18 e os 28 anos, que integra o espaço Coolaboratório, da cooperativa de intervenção social Coolabora, promove, a partir das 15:00, a iniciativa "Poemas entre peças", onde se vai ler poesia contra a discriminação e oferecê-la a quem passa na rua.

Aluna de Ciência Política na Universidade da Beira Interior, Catarina Ramalhete, de 21 anos, tem vários colegas de outros países e tem-se apercebido de como é difícil a integração numa nova realidade, porque, "inevitavelmente, já enfrentaram vários preconceitos que tornaram a adaptação mais desafiante".

O projeto "Poesia entre peças" é uma "abordagem lírica e artística, onde se expressam os sentimentos, as dores e as experiências daqueles que são discriminados e marginalizados".

"Através da poesia, damos voz às suas histórias e procuramos despertar a empatia em todos aqueles que a ouvirem", explicou Catarina Ramalhete, em declarações à agência Lusa.

Segundo a estudante, o evento contempla também "Acorda", um estendal solidário para quem queira doar roupa que já não usa e assim ajudar pessoas que chegam por curtos períodos sem a roupa apropriada à estação, dar uma segunda vida a essas peças a que já não é dado uso e atuarem de forma ecológica.

"Não é apenas um apelo à doação de casacos, mantas e outros utensílios necessários, mas também um convite para que todos reflitam sobre o seu papel na construção de uma sociedade mais justa e acolhedora", acentuou Catarina Ramalhete, à Lusa.

A coordenadora do Coolaboratório, Rosa Carreira, frisou que a iniciativa surge da constatação de que a xenofobia se tem mostrado mais presente, mas também em reação à postura de pessoas mais conservadoras à chegada de imigrantes.

"As histórias de jovens que têm assistido a situações de discriminação abundam e por isso se decidiu fazer qualquer coisa que leve para a rua a luta", explicou Rosa Carreira.

Segundo a responsável da Coolabora, onde os jovens ativistas reúnem, "o objetivo é mostrar que a Covilhã é uma cidade que acolhe a diversidade cultural".

"Queremos que as pessoas se juntem a nós e venham ler poesia ou conversar sobre este tema, mas também vamos ter com as pessoas que passam, oferecendo-lhes poemas e a oportunidade de, através de textos poéticos, refletirem sobre a sua visão da interculturalidade", acrescentou a coordenadora do projeto.

De acordo com Rosa Carreira, "é rara a semana em que não acontece algo que mostra como é urgente lutar" e referiu que a última situação foi a postura do presidente da Assembleia da República, "que normalizou a xenofobia, ao abster-se de intervir ativamente quando, na casa da democracia, um dos direitos humanos mais básicos é violado, com a ofensa ao povo turco".

A "Poesia entre peças" decorre a partir das 15:00 no jardim público da Covilhã, no centro da cidade do distrito de Castelo Branco.

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