Autarcas presidem à entidade criada na Guarda para gerir a água
Os autarcas de Celorico da Beira, Guarda, Manteigas e Sabugal (distrito da Guarda), vão repartir em rotatividade a presidência da entidade que criaram para gerir a água naqueles concelhos que inicia as operações a 01 de junho.
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País Guarda
A solução foi anunciada esta manhã, em conferência de imprensa, pelos quatro presidentes de Câmara daqueles concelhos depois do nome proposto para liderar o Conselho de Administração da recém-criada APAL -- SIM: Águas Públicas em Altitude - Serviços Intermunicipalizados ter gerado controvérsia na última reunião de Câmara da Guarda.
Os autarcas tinham proposto o nome de António Fernandes, presidente da Junta de Freguesia da Arrifana (concelho da Guarda), para liderar a APAL, mas a sugestão foi criticada e o visado pediu para ser afastado do processo.
Na última reunião de Câmara da Guarda, os três vereadores do PSD e a vereadora do PS pediram mais esclarecimentos sobre as competências dos três elementos propostos, tendo o ponto sido retirado da ordem de trabalhos. Os autarcas questionaram também o facto de para a presidência da APAL ser proposto o nome de uma pessoa que não iria ocupar o lugar em regime de exclusividade.
O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, revelou esta manhã que, depois do sucedido, a solução encontrada foi a rotatividade da presidência da APAL pelos quatro autarcas, "permitindo que cada um acompanhe a integração do seu município".
A composição do Conselho de Administração fica completa com Renato Craveiro e Susana Figueiredo.
A rotatividade da presidência vai iniciar-se com o autarca da Guarda, o primeiro concelho a integrar o novo sistema que inicia as operações a 01 de junho.
Seguir-se-á a integração dos restantes três concelhos sem que estejam para já definidos prazos.
Sérgio Costa assinalou que quando os quatro concelhos "estiverem perfeitamente integrados" os autarcas deverão decidir qual será a nova solução a adotar para a presidência da APAL.
O autarca pediu para que "não sejam colocados em causa os quatro presidentes de Câmara", argumentando que as decisões têm sido tomadas "por absoluta unanimidade".
"Este é um projeto verdadeiramente estruturante nos quatro concelhos. É importante que tenha início no imediato", sublinhou o autarca da Guarda.
O presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Flávio Massano, admitiu "desagrado" com a situação, lamentando que as questões políticas se tenham sobreposto aos interesses do território. O autarca, eleito pelo movimento Manteigas 2030, argumentou que os autarcas têm outros assuntos para se preocupar e que a APAL deve ter uma pessoa que pense no assunto todos os dias da semana.
Flávio Massano realçou a importância da nova entidade que vai permitir "poupar milhões em perdas" e pediu para que se deixe os autarcas trabalhar.
"A pior coisa que podia acontecer é que este sistema não funcione", assinalou.
O presidente da Câmara de Celorico da Beira, Carlos Ascensão (PSD), destacou a escala que os municípios vão ganhar que lhes irá permitir aceder ao financiamento para novos investimentos. Outra das vantagens apontadas para a criação desta nova entidade foi o combate às perdas, tema lembrado pelo autarca do Sabugal, Vitor Proença (PSD), onde o problema representa 50 por cento da despesa.
O sistema APAL é dos primeiros sistemas do país a fazer a gestão integrada da água, do saneamento e das águas pluviais.
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