Gémeas. Mãe admite vir a Portugal se for chamada à comissão de inquérito
No âmbito do caso, a Polícia Judiciária (PJ) está a fazer buscas, esta quinta-feira, em duas unidades do Serviço Nacional de Saúde (uma delas o Hospital Santa Maria) e em instalações da Segurança Social.
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País Gémeas
A mãe das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma admite vir a Portugal para prestar declarações na comissão parlamentar de inquérito (CPI), renunciando à possibilidade de testemunhar à distância por viver no Brasil, confirmou o advogado.
Wilson Bicalho explicou que a mãe acredita "ser uma oportunidade -- e não um peso -- de se poder comunicar (...) passar a sua versão da história e esclarecer os portugueses de tudo".
Se vier a Portugal, o advogado adiantou que a deslocação ficará a cargo da progenitora.
"Não vejo outra forma. Estamos a colocar a possibilidade de tempo, mas também financeira, de recurso para fazê-lo, visto que não é algo tão barato esse deslocamento de última hora para Portugal", afirmou.
À Lusa, o Wilson Bicalho disse ainda que a mãe das crianças deverá ser notificada para prestar declarações ainda hoje.
Recorde-se que a agência Lusa avançou que a casa de Lacerda Sales, em Leiria, foi alvo de buscas judiciárias na segunda-feira.
No âmbito do mesmo processo, a Polícia Judiciária (PJ) está a fazer buscas, esta quinta-feira, em duas unidades do Serviço Nacional de Saúde (uma delas o Hospital Santa Maria) e em instalações da Segurança Social.
Em causa está o tratamento hospitalar das suas duas filhas gémeas residentes no Brasil que adquiriram nacionalidade portuguesa e receberam em Portugal, em 2020, o medicamento Zolgensma, com um custo de quatro milhões de euros.
O caso foi divulgado pela TVI, em novembro passado, e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluiu que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.
Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.
[Notícia atualizada às 17h01]
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