A vida de António Costa vai mudar muito caso seja escolhido para presidente do Conselho Europeu. Essa hipotética, mas cada vez mais certa, escolha, para além da mudança de Lisboa para Bruxelas mudaria muita coisa: Até na carteira.
É que, caso venha a tornar-se presidente do Conselho Europeu, o antigo primeiro-ministro vai auferir um salário de 32.100 euros brutos por mês, ou seja, 385.200 euros anuais.
De acordo com o Regulamento 2016/300 do Conselho, que define os vencimentos dos mais altos cargos dos órgãos europeus, o salário do presidente do Conselho Europeu é igual ao do presidente da Comissão e é calculado aplicando a percentagem de 138% ao último escalão (3) do último grau (16) dos vencimentos dos funcionários da União Europeia.
Só que não fica por aqui. Ao vencimento-base do presidente do Conselho é somada uma quantidade de subsídios e abonos para facilitar a instalação e a vida do presidente em Bruxelas. Há um subsídio de residência (15% do seu vencimento base), de instalação, outro de reinstalação (quando cessa funções), reembolso de despesas de viagem para si e para familiares e até reembolso das despesas de mudança do mobiliário e bens pessoais.
Portanto, só em subsídios o valor é de 6.233 euros por mês.
Mas os subsídios não ficam por aqui. Há o subsídio de representação (1.418,07 euros por mês), de função, de deslocação em serviço e de reintegração.
Depois, a várias pensões, incluindo uma vitalícia cujo valor será diferente consoante a idade da cessação de funções.
Líderes europeus reuniram-se para discutir os futuros cargos de topo na Europa. Costa é um dos favoritos ao Conselho Europeu, mas ainda não há decisões tomadas. E há, inclusive, quem tenha reticências quanto a esta opção.
Notícias ao Minuto | 09:00 - 18/06/2024
Os nomes de que mais se falam em Bruxelas são os do ex-primeiro-ministro português António Costa para o Conselho Europeu, de Ursula von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia, da primeira-ministra da Estónia para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e de Roberta Metsola para uma reeleição na liderança do Parlamento Europeu.
Quem apoia e quem 'torce o nariz'
O antigo primeiro-ministro António Costa pode estar a caminho da presidência do Conselho Europeu, mas há quem em Bruxelas tenha dúvidas sobre a sua nomeação.
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederikse, que rejeitou, esta segunda-feira, que fosse assumir o cargo de presidente do Conselho Europeu, deixou elogios ao português. Segundo o Politico, a dinamarquesa referiu-se ao ex-primeiro-ministro português como "um bom colega".
Dos Países Baixos, Mark Rutte, o chefe de Governo cessante, qualificou o ex-líder socialista português como "um candidato muito bom", salientando que o apoio de Lisboa a Costa é "muito importante".
No domingo, em entrevista ao jornal El Español, também o antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou que António Costa é o "melhor posicionado" para presidir ao Conselho Europeu e suceder ao belga Charles Michel, por ser quem "gera mais consenso" dentro e fora da família socialista.
O belga, aliás, ao final do jantar de ontem, vincou que as negociações vão "na direção certa"...embora não seja clara qual é essa direção.
Por outro lado, uma nota dissonante chegou pela voz do líder eslovaco, Peter Pellegrini, que referiu a expulsão do seu partido SMER do grupo S&D, decisão em que Costa terá sido "um dos políticos mais ativos".
Donald Tusk, chefe do governo da Polónia, por sua vez, falou nas capacidades de António Costa para assumir um cargo Europeu, mas defendeu que eram precisos esclarecimentos no âmbito da Operação Influencer.
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