"Lapso"? SIAP critica não ter sido convocado para negociações da polícia
O Sindicato Independente dos Agentes de Polícia criticou hoje não ter sido convocado para a reunião negocial da próxima semana e questionou a utilidade após as recentes declarações do primeiro-ministro a manifestar-se indisponível para melhorar a proposta.
© Lusa
País Polícia
Em declarações aos jornalistas junto à entrada lateral da Assembleia da República, onde pelas 17h30 ainda havia fila para entrar e assistir nas galerias ao debate sobre a atribuição de um suplemento de missão às forças de segurança, Rui Neves, vice-presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), deixou críticas ao facto de este sindicato não ter recebido qualquer convocatória para a ronda negocial extraordinária da próxima semana.
"Segundo as declarações do primeiro-ministro, não sabemos a utilidade que têm", questionou o dirigente sindical, referindo que só soube da reunião da próxima semana pela comunicação social, tendo questionado o Ministério da Administração Interna se se trataria de "um lapso", não tendo até agora obtido resposta.
Rui Neves rejeitou que a ausência de convocatória se possa dever à questões de representatividade do sindicato ou ao facto de o SIAP, que integra a plataforma de sindicatos, ter abandonado as negociações a meio, afirmando que outros que o fizeram foram chamados a estar presentes.
Sobre as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que disse que não haveria "nem mais um cêntimo" para as negociações com as forças de segurança, Rui Neves disse que "não será o SIAP que terá a capacidade de decifrar o que o primeiro-ministro quis dizer", nem o que pretende a ministra com a reunião depois dessas declarações.
O vice-presidente do SIAP não quis classificar o momento negocial como "um impasse", mas admite que talvez a solução tenha que passar pela Assembleia da República, onde hoje centenas de elementos das forças de segurança esperaram horas para entrar e assistir ao debate.
Rui Neves rejeitou quer que a presença dos polícias hoje no parlamento tenha qualquer conotação político-partidária, depois de o Chega ter apelado a uma manifestação massiva frente à Assembleia da República durante o debate.
Junto à entrada lateral várias dezenas de polícias optaram por desistir da fila para entrar, ficando no exterior a acompanhar o debate pelos telemóveis.
Apesar das críticas ao longo tempo de espera para entrar, não se registaram incidentes e não houve qualquer manifestação frente ao parlamento, como tinha apelado o Chega, tendo os elementos das forças de segurança ficado concentrados na zona lateral, à sombra, numa tarde de muito calor em Lisboa.
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