Miguel Sousa Tavares? "Comentador desinformado" sem "sensatez e rigor"
A Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP/PSP) considerou que as afirmações de Miguel Sousa Tavares, no seu espaço de comentário na CNN Portugal, "condicionam erradamente a opinião pública".
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País Polícia
A Associação Sindical dos Profissionais da Policia (ASPP/PSP) reagiu esta sexta-feira aos comentários de Miguel Sousa Tavares, considerando que este "demostra ser um comentador desinformado" e "condiciona erradamente a opinião pública".
Em causa estão as declarações proferidas na quinta-feira no seu espaço de comentário na CNN Portugal, onde falou relativamente às negociações em curso entre os sindicatos e associações da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) e o Governo.
A ASPP/PSP começa por dizer que cada comentador tem "liberdade e legitimidade" para tecer "os comentários que bem entende", no entanto, acusa Miguel Sousa Tavares de ter uma abordagem sem "conhecimento, rigor, imparcialidade, sensatez e assertividade".
Miguel Sousa Tavares afirmou que "os polícias ainda não baixaram um cêntimo dos 400 euros" do ponto de partidas do processo negocial. Neste aspecto, a ASPP/PSP ressalva que "é a demonstração de que ignora o que comenta e a dinâmica negocial em curso", uma vez que "o valor inicial defendido pelas estruturas representativas era um incremento de 612 euros e que garantia o desígnio de equiparação" aos elementos da Polícia Judiciária (PJ).
O comentador referiu ainda que a equiparação dos valores não é "justa" porque "os inspetores da PJ são todos licenciados" e "não têm outros suplementos como a PSP, que tem oito suplementos mais".
Neste âmbito, a associação questiona: "O que o grau académico tem que ver com o risco da missão?".
"Os profissionais da PSP dividem-se em três carreiras - Agentes, Chefes e Oficiais -, sendo que nesta última carreira, encontra profissionais com cursos que conferem o grau académico no âmbito das ciências policiais e segurança interna", é explicado no comunicado, que refere ainda que "no caso da carreira de chefes e agentes", há já "uma percentagem relevante de profissionais com licenciatura em áreas do direito, criminologia, psicologia, entre tantas outras".
Contudo e ainda assim, a ASPP/PSP destacou que "os vencimentos na PJ já são em muito superiores aos que se encontram em vigor na PSP".
No que diz respeito aos suplementes da PSP mencionados, é ainda explicado que quem recebe um dos suplementos, "não recebe os restantes", pelo que não são acumuláveis.
Sobre o facto de os profissionais da PSP e GNR realizarem serviços remunerados e os profissionais da PJ não o fazerem, a associação afirma que só se pode referir que "se trata de serviços realizados nas horas de folga".
"Se Miguel Sousa Tavares soubesse o que é perder folgas pela existência de cortes constantes das mesmas, ao abrigo dos famigerados 'despachos de exceção' abusivos, para a polícia poder funcionar e dar respostas às várias solicitações, não usaria certamente este infeliz argumento", acusam.
No que diz respeito ao comentário de que o risco do trabalho dos inspetores da PJ "não é comparável" ao das outras forças de segurança, a ASPP/PSP observou que as afirmações são "pouco cuidadas, totalmente ridículas e sem qualquer sustentação real", acusando Sousa Tavares de secundarizar "os tristes números de mortos em serviço, as agressões - um polícia da PSP é agredido a cada nove horas - e mostrando desconhecer o enquadramento, contexto e dinâmicas operacionais e ainda os impactos de primeira linha de intervenção policial, dada a imprevisibilidade, o efeito surpresa e escalada de uma ocorrência ligeira que facilmente culmina numa ocorrência grave".
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