Aguiar-Branco pede aos jovens que se inspirem em Mandela contra o ódio
O presidente da Assembleia da República pediu hoje aos jovens que se inspirem no legado de Nelson Mandela, considerando essencial que os líderes do futuro recusem o ódio, respeitem as diferenças e construam pontes.
© Leonardo Negrão
Na Sala do Senado da Assembleia da República, a cerimónia do Dia Internacional de Nelson Mandela abriu com música e com cerca de duas centenas de pessoas, sobretudo jovens, a cantarem os parabéns pelo aniversário de José Pedro Aguiar-Branco.
José Pedro Aguiar-Branco agradeceu e disse que foi um privilégio ser presidente da Assembleia da República no ano em que se comemora meio século da democracia em Portugal.
Depois, fez uma breve intervenção em que aconselhou todos os presentes a lerem a biografia do líder histórico sul-africano - "um livro muito inspirador que se devora" e em que está patente "o seu exemplo de coragem, a sua luta pela justiça, paz e pela igualdade".
Na parte final do seu discurso, dirigiu-se aos mais novos, salientando que Portugal precisa de jovens que se preparem para serem os líderes de amanhã, os Mandelas de amanhã".
"Portugal precisa de jovens com ideias novas, com espírito criativo, mas também com a humildade de ouvir os mais velhos. Portugal precisa de jovens com coragem, com força para defender os seus princípios, mas também construtores de pontes, capazes de conversar com quem pensa de modo diferente. Gostaria que levassem também uma certeza: Que o Presidente da Assembleia da República conta convosco", disse.
Em relação à vida do antigo Presidente da África do Sul, referência maior da luta contra o apartheid, José Pedro Aguiar-Branco caracterizou Nelson Mandela como "um grande homem e um grande líder, que marcou a História do seu país e do mundo inteiro".
"Primeiro, com uma grande firmeza de princípios e uma coragem sem limites, denunciou um sistema injusto e opressivo. Não hesitou. Não se escondeu. Depois, soube perdoar. Estendeu a mão a quem era diferente dele. Ousou construir pontes. Num mundo que só conhecia a linguagem da desconfiança e da luta, Nelson Mandela ensinou-nos outra linguagem: a da esperança, do perdão e do cuidado pelo bem comum", acentuou.
O presidente da Assembleia da República realçou também que Nelson Mandela "liderou de uma maneira nova".
"Mostrou-nos que, mesmo quando temos razão, é possível, em vez de esmagar o adversário, conquistá-lo para a nossa causa, cooperar, persuadi-lo a construirmos juntos um projeto comum, para o bem de todos. Esta é a grande lição de Nelson Mandela: as empreitadas mais ambiciosas e mais duradouras não se constroem sobre o ódio, ou o rancor, ou o espírito de fação.
A partir desta ideia, fez a seguir a ponte para o papel da Assembleia da República na vida democrática portuguesa.
"Estamos aqui hoje a celebrar um grande lutador pela liberdade. E que sítio melhor para o fazer do que a Assembleia da República, que é a casa da liberdade? Aqui, todos têm voz. Todos cabem", acrescentou.
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