DGS equaciona fazer estudo nacional sobre comportamentos sexuais
A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a equacionar fazer um estudo sobre os comportamentos sexuais da população portuguesa, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) Europa ter lamentado a diminuição do uso de preservativos pelos adolescentes nos últimos anos.
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País DGS
"É uma preocupação por aquilo que tem sido veiculado como um aumento de infeções sexualmente transmissíveis em toda a Europa e em Portugal. E, por isso, temos discutido este tema não só a nível europeu, mas até no seio nacional, para implementar algumas medidas que sejam de curto prazo e depois mais tarde a médio prazo", disse hoje à agência Lusa a diretora-geral da Saúde, no final da conferência "40 anos do VIH em Portugal".
Rita Sá Machado foi questionada sobre o alerta da OMS Europa para os riscos de infeção e de gravidez indesejada em países desde o Canadá até à Ásia no final de agosto.
"Estamos a trabalhar com os nossos parceiros não só europeus, mas também nacionais nesse sentido e iremos ver qual é dimensão do fenómeno em Portugal. [...] Aquilo que seria importante era realizar um estudo nacional de comportamentos mais associados à vida sexual e a comportamentos sexuais da população portuguesa", realçou.
Rita Sá Machado sustentou que a análise nacional pode decorrer de "alguns estudos rápidos", através de inquéritos locais.
As conclusões da OMS Europa constam do último relatório do organismo sobre o comportamento de saúde em crianças em idade escolar e foram retiradas de inquéritos a quase um quarto de milhão de jovens de 15 anos em 42 países, entre 2014 e 2022.
Entre os adolescentes sexualmente ativos inquiridos, a percentagem de rapazes que afirmaram ter usado preservativo na sua última relação sexual desceu para 61% em 2022, contra 70% em 2014.
Entre as raparigas entrevistadas, o número caiu para 57% de 63% no mesmo período.
No geral, a proporção de adolescentes que relataram ter tido relações sexuais permaneceu "relativamente estável" desde 2014 - com um em cada cinco rapazes de 15 anos e 15% das raparigas da mesma idade a relatarem ter tido relações sexuais.
O número de rapazes diminuiu ligeiramente em relação a 2018, quando um em cada quatro declarou ter tido relações sexuais.
A OMS e os autores do relatório exortaram os decisores mundiais a fazer mais para melhorar a educação sexual dos jovens.
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