Fogo em Arouca? Bombeiros falam de situação gravíssima e incontrolável
O incêndio que deflagrou terça-feira em Castro Daire alastrou a Arouca por volta das 23h00 e está esta madrugada a criar uma situação gravíssima e incontrolável no concelho vizinho, dizem fontes municipais.
© Lusa
País Arouca
"Isto está incontrolável e eu só tenho aqui os meus homens de Arouca", disse à Lusa, às 01:30, o comandante dos Bombeiros de Arouca, José Gonçalves, num estado de agitação que não lhe permitiu avançar mais dados sobre as operações nesse município do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto.
Vinte minutos depois, outra fonte dos bombeiros adiantava, a partir do quartel: "Só agora é que aqui estão a chegar homens de outras corporações, mas podemos dizer que, mesmo com eles, a situação é gravíssima".
Com os 90 bombeiros da corporação de Arouca e os que que se lhes juntaram para ajudar no combate ao fogo, às 02:00 já estavam no terreno cerca de 100 homens.
Às 03:00, o portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil continuava a indicar que ao incêndio iniciado em Castro Daire, na zona de Moção, estavam afetos apenas 62 operacionais e 16 veículos.
"Pode ser uma falha técnica ou excesso de trabalho, mas o que sabemos é que em Arouca as chamas estão a avançar a grande velocidade e há muitas zonas habitacionais já cercadas pelo fogo", refere a fonte dos bombeiros.
Classificado como Geoparque da UNESCO, o concelho estende-se por 322,11 quilómetros quadrados e 85% do território é área florestal. Com temperaturas altas e vento forte, essa mancha verde está a facilitar a rápida propagação do fogo, que, chegando de Castro Daire, se disseminou "por uma frente muito extensa, prolongando-se, para um lado, até Alvarenga e, para o outro, até Regoufe", disseram os bombeiros.
As zonas apontadas como mais críticas são os núcleos habitacionais de Alvarenga, Covêlo de Paivó, Janarde e Ponte de Telhe, onde a ameaça levou a Câmara de Arouca a acionar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.
O procedimento em causa implica preparar alternativas para o caso de serem necessárias evacuações.
A presidente da autarquia, Margarida Belém, diz que essa eventualidade já está acautelada: "Se as famílias a viver nas zonas de maior risco tiverem que deixar as suas casas por uma questão de segurança, já temos o pavilhão da Escola EB1 de Alvarenga preparado para as receber".
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