Autarca lamenta falta de apoio. "Ministra tinha o telemóvel desligado"
A presidente da Câmara de Arouca sublinhou que "nos momentos críticos" é "importante que quem lidera conheça a realidade" e adiantou que a "sentiu falta de apoio" na primeira noite de combate às chamas.
© Gerardo Santos / Global Imagens
País Arouca
A presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, criticou, esta quinta-feira, o Governo, sobretudo a ministra da Administração Interna, pela falta de apoio durante a primeira noite do incêndio que lavra há vários dias no concelho.
"Estivemos sozinhos, isolados, durante a primeira noite de combate. As nossas corporações e as corporações vizinhas que estiveram a colaborar conosco fizeram um trabalho extraordinário com o apoio da comunidade", referiu Margarida Belém, em declarações aos jornalistas, destacando que a comunidade de Arouca "é resiliente e já sabe o que fazer nestas situações críticas".
"Hoje estamos mais confortáveis, e temos chamadas e apoio de todo o lado. Mas, na primeira noite, eu efetivamente senti falta de quem lidera estas matérias", disse a autarca, que acrescentou que a "senhora ministra [Margarida Blasco] tinha efetivamente o telemóvel desligado". "Não tínhamos a quem recorrer", lamentou.
Afirmando que atualmente o "senhor secretário de Estado tem acompanhado a situação", a autarca sublinhou que "nos momentos críticos, nas grandes dificuldades que são imputadas aos responsáveis das Câmaras", é "importante que quem lidera conheça a realidade".
"Senti falta de apoio na fase inicial, no primeiro dia. As respostas que tínhamos é que tínhamos de liderar com o que tínhamos no terreno", acrescentou.
Sublinhe-se que as regiões Norte e Centro de País, sobretudo os distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, são as mais afetadas pelos incêndios que começaram, na sua maioria, no domingo.
Cinco pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios. Anteriormente, as autoridades davam conta de sete vítimas mortais, mas na quarta-feira a Proteção Civil explicou que não são contabilizados dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 100 mil hectares.
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