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Falta de guardas em Vale de Judeus? "Era n.º estipulado para aquele dia"

"É preciso verificar se alguém que devia ter feito alguma coisa não o fez ou o fez tardiamente", disse Rui Abrunhosa, no seguimento da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus.

Falta de guardas em Vale de Judeus? "Era n.º estipulado para aquele dia"
Notícias ao Minuto

14:40 - 26/09/24 por Mariana Ferreira Azevedo com Lusa

País Vale de Judeus

Rui Abrunhosa Gonçalves, ex-diretor da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), disse na Assembleia da República que "é preciso apurar responsabilidades" sobre o que se passou na cadeia de Vale de Judeus no dia em que fugiram cinco reclusos. Não põe, no entanto, em causa o profissionalismo dos seus guardas. 

 

"É preciso verificar se alguém que devia ter feito alguma coisa não o fez ou o fez tardiamente", sugere.

Não obstante recusa "apontar o dedo" a alguém específico, acrescentando que não põe em causa "o brio e o trabalho" dos profissionais que lhe respondiam.  

Numa audição realizada na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na Assembleia da República, Rui Abrunhosa Gonçalves considerou a fuga "muitíssimo grave", mas salientou que os 33 guardas prisionais ao serviço no dia 7 de setembro, naquele estabelecimento prisional, eram o contingente habitual.

"Não posso apontar que esta fuga tenha a ver com a falta de pessoal. (...) O número de guardas que existiam era o número que estava mais do que estipulado para as funções. Há muito que já estava assim desde a reorganização dos turnos feita em 2017. Tirando esta fuga, nunca houve outra fuga em mais de 24 anos", afirmou. 

O antigo responsável pela cadeia de Vale Judeus explicou ainda que os prisioneiros provavelmente já estariam a analisar as rotinas dos guardas prisionais. "É muito provável... que tenha havido alguma falha nessas rotinas que foram aproveitadas", lamenta. É essa falha que Rui Abrunhosa quer ver resolvida. 

Cinco reclusos fugiram no dia 7 de setembro do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

[Notícia atualizada às 14h43]

Leia Também: Ex-diretor-geral das prisões aponta falhas aos guardas de Vale de Judeus

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