Frases de Amadeu Guerra ao longo da carreira até à nomeação para PGR
O novo Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, sucede em outubro a Lucília Gago na liderança do Ministério Público, na sequência de uma carreira de mais de 40 anos na magistratura e da qual já se tinha jubilado.
© Gustavo Bom/Global Imagens
País PGR
Eis algumas das frases do seu percurso, no qual se destaca o período em que dirigiu o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) entre 2013 e 2019, em intervenções públicas e entrevistas a meios de comunicação:
"Não ajuda ao prestígio do Ministério Público a perceção de que a corrupção e os crimes económico-financeiros não têm resultados".
Amadeu Guerra, numa intervenção no IX Congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, em março de 2012
"O combate à criminalidade económica-financeira e violenta e a luta contra a corrupção são objetivos específicos e prioridades no âmbito da política criminal, quer ao nível da prevenção quer ao nível da investigação prioritária".
11-03-2013 (cerimónia de posse como diretor do DCIAP)
"Há regras que existem no Código do Processo Penal para desencadear investigações e nós cumprimo-las, quer seja um político, quer seja um cidadão comum. [Efeitos diferentes?] Claro que são, mas temos de estar preparados para o imediatismo destas situações. Muitas vezes sentimos muita vontade de discutir o processo na praça pública, mas não o faremos. Dizer prender para investigar significa o quê? Se fosse proibido prender e não pudéssemos investigar depois, então podíamos deduzir a acusação logo no dia seguinte, como é evidente, e isso não acontece..."
10-12-2015 (entrevista à RTP)
"O balanço do projeto ETHOS é muito positivo e considero que a formação dos magistrados não deve parar, devendo aditar-se os aspetos de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, dado que é importante alargar a formação dos magistrados neste âmbito".
21-09-2018 (numa conferência sobre corrupção)
"Foi o maior desafio da minha carreira. Como sempre fiz, empenhei-me em fazer tudo o que estava ao meu alcance para prestigiar o cargo que venho exercendo. Não me cabe fazer o balanço da minha atividade, mas sinto-me tranquilo com o meu desempenho e os resultados conseguidos".
25-10-2018 (entrevista ao Observador, no último ano de mandato no DCIAP)
"As relações entre mim e a procuradora-geral cessante foram, sempre, excelentes e de franca cooperação. A troca de pontos de vista era constante e havia, entre nós, um grande consenso e sintonia em relação aos temas da investigação criminal".
25-10-2018 (idem, em relação a Joana Marques Vidal)
"Quando se fazem críticas contra os mega-processos, é suposto que as pessoas conheçam os inquéritos a que se referem e comprovem que há outras linhas ou metodologias de investigação e formas alternativas de apurar os factos -- por exemplo, separando processos -- sem prejudicar a função do inquérito: investigar a existência de um crime, determinar os seus agentes, a responsabilidade deles e recolher as provas, em ordem à decisão sobre a acusação ou arquivamento. Nem todos os inquéritos podem ser separados em 'miniprocessos'".
25-10-2018 (idem)
"É importante que, no âmbito do direito premial, haja a possibilidade de, em fase de inquérito, podermos dar garantias às pessoas que querem colaborar, no sentido de não relegar para a fase de julgamento essa questão. Sugiro que se aposte mais na suspensão provisória do processo".
06-06-2019 (numa conferência na Polícia Judiciária)
"Enquanto estive no DCIAP, nós não considerávamos os aspetos relativos com informação obtida ilicitamente. (...) Todos nós, relativamente a aspetos que têm a ver com atividade mais sensível, como estratégias de investigação, não trocávamos através de computador: conversávamos diretamente. Mas trocava emails sobre processos que estavam em segredo de justiça".
21-10-2020 (numa audição como testemunha no julgamento do processo Football Leaks, depois de ter sido um dos alvos de intrusão informática de Rui Pinto)
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