Economistas defendem equilíbrio na regulação sobre a banca
Os economistas Ricardo Reis e Filipe Santos consideram que é preciso um equilíbrio na regulação sobre o setor bancário para que não limite o negócio dos bancos e a sua competitividade.
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Economia Banca
Na conferência que assinala os 40 anos da Associação Portuguesa de Bancos (APB), o economista Ricardo Reis considerou que é preciso pensar a regulação e "até que ponto a regulação está a impedir o investimento".
"É um equilíbrio difícil que cabe aos bancos, mas também às entidades que regulam", afirmou o professor na London School of Economics.
Para o diretor da Católica Lisbon School of Business & Economics, Filipe Santos, é "importante a regulação", mas também é necessário "equilíbrio entre a regulação e a liberdade".
"A regulação reduziu a banca ao seu [negócio] 'core' essencial, o que está a fazer bem, mas reduz as alternativas que [a banca] tem ao seu dispor comparada com outros bancos e entidades financeiras", afirmou, considerando que isso reduz a competitividade do setor.
Filipe Santos destacou a importância da regulação na robustez da governação e da tomada de decisões dos bancos.
Ainda na mesma conferência, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, considerou que os bancos estrangeiros que operam em Portugal têm "forte vantagem competitiva" desde logo porque não estão sujeito à mesma "fiscalidade especial e extraordinária" dos portugueses nem sujeitos aos "acrescentos regulatórios" de Portugal à legislação europeia.
Considerou ainda Vítor Bento que é uma "narrativa mitificada" a ideia de que há pouca concorrência na atividade bancária já que existem em Portugal 62 bancos além de que o mercado está aberto a instituições de outros países e que hoje "30% do endividamento por via de empréstimos tem origem no exterior"
Por seu lado, a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo, considerou que maior integração no sistema bancário europeu vai trazer "fortes desafios" para os bancos, sendo um desses a "intensificação da concorrência".
Segundo a académica e atual vice-governadora do BdP, "as pressões concorrenciais decorrem de maior integração do sistema bancário europeu", o que trará benefícios, mas também "fortes desafios" para os bancos.
Essa maior integração da banca a nível europeu, acrescentou, levará "à presença de novos 'players' [operadores] em novos segmentos de mercado", destacando os mercados de pagamentos, de financiamento direto e de processamento e partilha de informação.
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