Os dois homens detidos pelo ataque ao motorista da Carris com cocktails molotov, na noite de 24 de outubro, durante os tumultos na região de Lisboa após a morte de Odair Moniz, terão estado envolvidos num sequestro, em 2023, em Viana do Castelo, avança a SIC Notícias.
Wilson Tavares Mendes e Pedro Daniel Quadros, de 22 e 23 anos, respetivamente, chegaram a estar em prisão preventiva durante dois meses - de 22 de fevereiro a 30 de abril -, mas saíram em liberdade há sete.
Segundo o mesmo canal, os dois jovens são alegados membros de um grupo criminoso, responsável por vários assaltos.
Já ouvidos em tribunal sobre o ataque em Lisboa, a dupla terá desmentido os crimes de tentativa de homicídio qualificado, incêndio e dano, mas sem convencer o juiz. Agora estão de novo em prisão preventiva, em Lisboa.
Quando soube da decisão, o motorista mostrou-se "satisfeito e aliviado".
Na quarta-feira a TVI transmitiu uma entrevista exclusiva ao motorista, que recordou a noite do ataque e afirmou que ainda pediu aos atacantes para que o deixassem sair do autocarro. O homem acabou por ficar com várias partes do corpo queimadas e por ser internado na unidade de cuidados intensivos.
O funcionário da Carris queimado na noite dos desacatos após a morte de Odair Moniz recordou o ataque e garantiu que pediu aos autores para o deixarem sair do autocarro antes de lhe pegarem fogo, "mas não deixaram".
Notícias ao Minuto | 22:29 - 27/11/2024
Recorde-se que, durante várias noites, registaram-se tumultos em bairros da Grande Lisboa após a morte do cidadão cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois.
Na sequência dos distúrbios foram incendiados autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.
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