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Italiana ferida no Elevador da Glória. "Tremia, vomitei, vi corpos"

Uma passageira italiana que sobreviveu ao acidente do Elevador da Glória descreveu o cenário de horror que se viveu no coração de Lisboa na passada quarta-feira, dia 3 de setembro.

Italiana ferida no Elevador da Glória. "Tremia, vomitei, vi corpos"

© Reprodução / Corriere della Sera

Natacha Nunes Costa
05/09/2025 09:52 ‧ há 1 dia por Natacha Nunes Costa

Stefania Lepidi é uma das passageiras que ficou ferida no fatídico acidente do Elevador da Glória, no passado dia 3 de setembro, em Lisboa, que ceifou a vida a 16 pessoas e deixou mais de 20 feridas.

 

A italiana seguia com o filho, de 25 anos, na composição mais próxima dos Restauradores, a que ficou praticamente intacta. Partiu um braço e está em choque com o que viu. Mas tem consciência de que se estivesse na outra cabine, "talvez agora não estivesse aqui".

Stefania, que está em Portugal com o filho de 25 anos no âmbito de uma conferência do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), onde trabalha, em L'Aquilla, como investigadora, dirigia-se com o jovem a um restaurante do Bairro Alto quando ocorreu o acidente.

Ao canal italiano Tg3, a investigadora conta que a composição "arrancou, mas após alguns segundos, inexplicavelmente, parou de repente, depois voltou a mover-se com brusquidão batendo na parte de trás contra o que vi ser uma espécie de travão que existe no fim do percurso nos carris".

"Nesse impacto tão violento, eu, apesar de estar sentada, fui projetada, caí sobre as pessoas que já estavam no chão e, ao cair, apoiei a mão direita e comecei a gritar porque me magoei no pulso", relatou ainda.

O que se seguiu foi trágico. "Ficámos do lado de fora a ver a desgraça que tinha acontecido [...]. Saímos todos da cabine a andar. Na outra houve vítimas mortais. Eu, no geral, estou bem, tenho o braço partido, mas foi uma experiência forte. Ver o que aconteceu aos outros deixou-me chocada, fiquei duas horas no chão porque, naturalmente, os bombeiros tinham outras prioridades, pediram-me para ter paciência, mas vi levarem as macas e em algumas estavam os corpos cobertos. Comecei a tremer, vomitei, não estava bem", descreveu, lembrando que ficou "muito assustada".

"Via sangue por todo o lado, comecei a tremer, a vomitar, aquelas duas horas foram de angústia. Disseram-me que não me podiam ajudar de imediato, porque havia mortos. Tinha suores frios, o suor congelava-me na pele, as minhas costas doíam, e a certa altura puseram-me uma manta térmica", acrescentou.

Posteriormente, Stefania, que regressa hoje a Itália com o filho, transportada para um hospital. Aí foi alvo de "exames para verificar se não tinha mais ferimentos", acabando por ter alta na quinta-feira.

Já ao Corrierre della Sera, a italiana disse que a tragédia do Elevador da Glória a fez reviver "o terremoto de L'Aquila, em 2009", que devastou a cidade e matou mais de 300 pessoas.

Leia Também: Italiana e filho escapam à morte no Elevador da Glória. "Em choque"

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