Procurar

Casal que vivia no Canadá morre no Elevador. Celebravam anos (e reforma)

André Bergeron e Blandine Daux, casados há mais de vinte anos e com dois filhos, estavam no último dia de férias em Portugal quando decidiram andar no Elevador da Glória. Eram arqueólogos de renome no Canadá.

Casal que vivia no Canadá morre no Elevador. Celebravam anos (e reforma)

© veedb/TikTok

Carolina Pereira Soares
06/09/2025 14:56 ‧ há 20 horas por Carolina Pereira Soares

As identidades de duas das vítimas que morreram no acidente no Elevador da Glória já são conhecidas, especificamente de um casal que vivia no Canadá. Trata-se dos arqueólogos André Bergeron e Blandine Daux, casados há mais de vinte anos e com dois filhos. Ele era canadiano e ela foi identificada como francesa, embora vivesse há vários anos naquele país.

 

A confirmação é dada pelo irmão de Bergeron, que falou com a CBC News, antes de voar para Portugal com os filhos do casal.

"É um choque total. Há 48 horas, se alguém me dissesse que eu estaria aqui, eu nunca teria acreditado", confessou Eric Bergeron.

"O meu irmão estava aqui de férias com a mulher. Eles estavam a aproveitar a felicidade perfeita, até que, no último dia de férias em Portugal, morreram num acidente de funicular. Foi um choque, um choque profundo", lamentou Eric.

O irmão da vítima soube do acidente já na quarta-feira à noite enquanto via o noticiário na televisão. Sabendo que o irmão se encontrava na capital portuguesa, enviou-lhe mensagem - mas não teve resposta.

Inicialmente, pensou que pudesse ser devido à diferença horária, e, por isso, esperou até à manhã do dia seguinte. Mas continuava sem ter resposta.

Já Violette, filha do casal, virou-se para as redes sociais, nomeadamente para o TikTok, onde deixou uma foto do pai e outra da mãe com os seus nomes e nacionalidades. Blandine vivia no Canadá, mas nasceu em França. André nasceu e cresceu no país.

Na descrição, Violette escreveu: "Os meus pais muito provavelmente estão envolvidos no acidente de funicular que aconteceu recentemente em Lisboa, Portugal. Se estão em Lisboa, por favor, ajudem-me a encontrá-los".

Eric foi mais longe. Acabou por contatar os proprietários do apartamento que o casal canadiano tinha alugado, que lhes disse que os pertences deles continuavam na casa, apesar de já ter passado a hora de check-out.

O medo instalou-se com esta notícia e, mais tarde, na quinta-feira, Éric acabou por ter a confirmação: o irmão e a cunhada tinham morrido no acidente. Os filhos de ambos são agora órfãos.

No TikTok, Violette fez uma última publicação dos pais: uma simples foto de ambos agarrados. O som que toca por detrás começa com a frase "almas gémeas são reais".

Na descrição da publicação deixa as palavras: "Mãe, pai, vocês foram levados demasiado cedo e de repente. Vou ter-vos para sempre comigo no meu coração".

André e Blandine eram figuras de renome na arqueologia canadiana

André Bergeron era um conservador especializado em arqueologia e trabalhava no Centro de Conservação do Quebec, no Canadá.

"Ele era uma autoridade mundial em naufrágios subaquáticos. Chegou a trabalhar neles no British Museum no início de sua carreira", relatou o irmão de André.

"Ele era um homem fantástico. Eu admirava-o e amava-o profundamente. À minha cunhada também. É uma tragédia terrível", acrescentou Eric Bergeron.

Blandine, que vivia no Canadá desde 2001, trabalhava há já 22 anos no Centro de Conservação do Quebeque, um organismo do Ministério da Cultura e das Comunicações nacional. Era especialista na recuperação de objetos metálicos.

A Associação de Arqueólogos do Quebec, citada pela Radio Canada, considerou que os dois especialistas eram "muito conhecidos e próximos da comunidade".

"O André era o conservador em quem todos os arqueólogos pensavam quando surgia uma dúvida sobre uma amostra de campo sensível. Quantas vezes já dissemos ou ouvimos: 'Devias ligar para o André?'", enfatizou a Associação.

O próprio Ministério da Cultura fez uma publicação no LinkedIn onde elogiou a contribuição "notável" dos arqueólogos, começando por dizer que era “uma notícia muito triste.

"A saída deles deixa um enorme vazio no Centro de Conservação de Quebec e no Ministério da Cultura e Comunicações", lamentou o ministério.

André e Blandine morreram no descarrilamento do Elevador da Glória no seu último dia de férias em Portugal. A viagem servia para comemorar não só o aniversário do canadiano, como também a sua entrada na reforma.

A estas duas vítimas juntam-se outras 14. Até ao momento, só se sabe o nome de três outras vítimas estrangeiras.

Kayleigh Smith, de 36 anos, Will Nelson, de 44, um casal britânico que se encontrava no seu primeiro dia de férias em Portugal; e Heather Hall, uma norte-americana, mãe de dois e professora universitária, que estava em Portugal para falar numa palestra.

"Artísticos" e "cheios de vida": O casal britânico que morreu no Elevador

O casal decidiu apanhar o Elevador da Glória já no fim da tarde do seu primeiro dia de férias em Lisboa e acabou por morrer no descarrilamento. São duas das três vítimas britânicas do acidente. A terceira, sabe-se também, era um homem de 82 anos, cujo nome não foi revelado.

Carolina Pereira Soares | 09:31 - 06/09/2025

[Notícia atualizada às 16h41]

Leia Também: Catarina Furtado: "A tragédia do Elevador da Glória ficará na história"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10